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Clareia no Brasil, nubla no exterior: as novas indefinições da bolsa

A julgar pelos avanços na política interna, seria natural supor que o mercado brasileiro terá dias de otimismo pela frente

Qual será a reação dos investidores à nova leva de notícias no Reino Unido e nos Estados Unidos? (Brendan McDermid/Reuters)

Qual será a reação dos investidores à nova leva de notícias no Reino Unido e nos Estados Unidos? (Brendan McDermid/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2019 às 06h53.

Última atualização em 5 de abril de 2019 às 07h11.

Depois de ter caído na quarta-feira, 3, o índice Ibovespa subiu 2% na quinta, para chegar a esta sexta-feira com alta acumulada de 1% na semana. A julgar pelos avanços na política interna, seria natural supor que o mercado brasileiro terá dias de otimismo pela frente.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro enfim entrou em campo para negociar pessoalmente a aprovação da reforma da Previdência com líderes partidários. Reuniu-se com sete deles e fez concessões inéditas. Desculpou-se com Gilberto Kassab, do PSD, um dos líderes do Centrão, abraçou ACM Neto, do DEM, e prometeu deixar de lado a expressão “velha política”.

Ou seja: abandonou toda sua prometida estratégia de negociação com o Congresso em prol da boa e velha política de Brasília. Dirigentes de PSDB, PSD, PP, PRB e MDB disseram que não vão entrar na base de sustentação do governo, mas indicaram apoio na aprovação da Previdência, ainda que com mudanças. É muito mais do que o caos que imperou até a semana passada, o que deveria dar motivos para otimismo.

A partir desta sexta-feira, porém, as atenções já devem se voltar para uma nova leva de indefinições externas. A primeira-ministra britânica, Theresa May, voltou a pedir a extensão de prazo do Brexit, desta vez para 30 de junho, em um carta enviada hoje ao Conselho Europeu. O desembarque britânico deveria ter sido resolvido no dia 29 de março, e ainda não há nem sombra de um apoio do parlamento britânico ao processo de saída da União Europeia.

Em outra frente de indefinições, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que deve chegar a um acordo com o chinês Xi Jinping para por fim à guerra comercial em até quatro semanas. É mais uma extensão num processo que deveria ter sido encerrado em março. Em uma mensagem entregue a Trump por seu vice-primeiro-ministro, ontem, Xi pediu que as negociações sejam concluídas com celeridade.

Segundo o Wall Street Journal, os índices na Europa e na Ásia operaram perto da estabilidade nesta sexta-feira com investidores ainda tentando digerir se os novos sinais vindos de Washington e de Londres são positivos ou negativos.

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