Citigroup e Goldman pedem que analistas juniores revelem se aceitariam outras ofertas
Redatora
Publicado em 21 de julho de 2025 às 19h33.
O Citigroup passou a solicitar que seus analistas informem, ainda no primeiro ano, se já aceitaram propostas de emprego de outras empresas. A medida, comunicada por memorando aos gerentes, tem como objetivo conter a saída precoce de talentos para empresas de private equity, que vêm intensificando o recrutamento de jovens profissionais do setor.
Para isso, os analistas devem preencher uma declaração — chamada de “atestação” —, com a finalidade de promover transparência entre as partes. A expectativa é de que o preenchimento seja único, mas o banco informou que poderá requisitá-lo anualmente. Cada caso será avaliado individualmente, segundo o documento.
Nos últimos anos, firmas de private equity intensificaram a disputa por esses profissionais, oferecendo propostas mesmo antes do início oficial nas funções, o que tem gerado perdas para os bancos que investem em sua formação.
Outras instituições financeiras adotaram medidas semelhantes. O JPMorgan demite analistas que aceitam ofertas externas dentro de 18 meses do ingresso na empresa. O Goldman Sachs exige confirmações trimestrais de seus analistas e oferece oportunidades internas para reter talentos. Já o Morgan Stanley exige divulgação imediata de qualquer proposta externa, também sob pena de demissão.
A ação do Citigroup ocorre em meio à estratégia de expansão de sua divisão de banco de investimento, liderada por Vis Raghavan. O executivo, vindo do JPMorgan, tem reforçado a equipe com contratações de profissionais seniores do próprio JPMorgan e do Goldman Sachs, com foco em competir no mercado de private equity.