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Citi rebaixa Assaí e Carrefour para neutro em meio a ambiente mais competitivo no atacarejo

Banco vê crescimento em ritmo menos acelerado e geração de caixa pressionada, ao mesmo tempo em que juros mais altos devem fazer desalavancagem ficar mais lenta

Assaí: de acordo com o Citi, a rede e a concorrente Atacadão estão enfrentando ambiente mais competitivo (Maria Lacerda/ Assaí/Divulgação)

Assaí: de acordo com o Citi, a rede e a concorrente Atacadão estão enfrentando ambiente mais competitivo (Maria Lacerda/ Assaí/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 11h25.

O ambiente competitivo mais acirrado e o ciclo de aperto monetário estão deixando o time do Citi menos otimista com o setor de atacarejo.

Em novo relatório, os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo rebaixaram as ações do Assaí e do Carrefour Brasil, dono do Atacadão, de compra para neutro.

"Embora ainda vejamos o modelo de atacarejo como o melhor no varejo alimentar, acreditamos que o cenário competitivo em mudança somado ao ciclo de aperto monetário pode limitar o potencial de valorização desses nomes, pelo menos por enquanto", escreveram.

Pelos cálculos da dupla, o papel do Assaí está sendo negociado a 12,6 vezes preço/lucro para 2025 e o do Carrefour Brasil, a 10,5 vezes. O banco cortou o preço-alvo de Assaí de R$ 12,50 para R$ 9,00 e o do Carrefour de R$ 13,00 para R$ 9,50.

De acordo com eles, as perspectivas estão mais baixas de crescimento, dado uma percepção de vendas por m² menor nas lojas mais maduras, que têm crescido abaixo da inflação de alimentos, refletindo provavelmente o cenário competitivo crescente.

Os analistas esperavam uma expansão de margem limitada, partindo do pressuposto de que qualquer eficiência de despesas operacionais seria repassada aos preços. Soares e Reboredo estimam uma margem Ebitda de longo prazo de 7,5% para Assaí e 7,0% para Carrefour Brasil.

Agora, porém, dizem eles, há um risco crescente de pior conversão de caixa no setor, à medida que os players adotam estratégias comerciais mais agressivas. Um exemplo é o parcelamento das vendas, adotado pelo Atacadão em setembro.

Além disso, a manutenção do juros em patameres mais elevados deve levar a um processo de desalavancagem mais gradual, pressionando o lucro das duas varejistas.

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