Pão de Açúcar: dívida ficou R$ 2 bilhões menor (Foto: GPA/Divulgação) (GPA/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 30 de setembro de 2025 às 17h54.
Última atualização em 30 de setembro de 2025 às 17h56.
As ações do GPA (PCAR3) sofreram um (novo) baque nesta terça-feira, 30, depois que o banco americano Citi rebaixou a recomendação para os papéis da varejista e reduziu, também, seu preço-alvo. Na mínima do dia, a queda foi de quase 11%. O fechamento não ficou muito distante disso: PCAR3 terminou o dia a R$ 3,98, com queda de 8,72%.
O Citi passou a recomendação de neutra para venda e reduziu o preço-alvo de R$ 3,40 para R$ 2,90.
Em sua análise, o banco disse estar cauteloso sobre o futuro da companhia, apesar de "progressos feitos na reestruturação operacional".
Os analistas observam que a forte valorização do papel no ano (de cerca de 70% antes da queda de hoje) ocorreu em ritmo bastante superior ao das iniciativas operacionais e financeiras que o GPA vem implementado.
O Citi também avalia que as vendas de ativos da companhia não foram concluídas como esperado — do ano passado para cá, a empresa vendeu postos de combustíveis, imóveis e até o edifício onde funcionava sua sede, em São Paulo.
Mas o banco também reconhece que a administração da companhia teve avanços na recuperação operacional, como a redução de despesas de vendas, gerais e administrativas. Isso foi impulsionado, em parte, pelo menor tamanho da sede e pela implementação contínua de um “orçamento base-zero disciplinado”, que exige a justificativa de todas as despesas em cada novo período.
Além disso, o banco considera que o cenário atual de preços de alimentos favorece os varejistas tradicionais, como supermercados de bairro. Há, ainda, uma migração dos consumidores de compras grandes e não frequentes para comprar menores e mais frequentes, algo que beneficia principalmente o Minuto Pão de Açúcar.
Por outro lado, a maior atividade promocional e os descontos maiores podem pressionar a margem bruta da companhia. Por isso, o Citi revisou a projeção de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do GPA para baixo em cerca de 70 e 80 pontos-base para 2025 e 2026.
Os analistas, no entanto, mantêm uma visão otimista sobre o resultado, afirmando que a empresa deve conseguir mitigar grande parte da compressão da margem bruta.