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Circuit breaker no Japão e Focus no Brasil: o que move o mercado

Sentimento de medo domina os mercados internacionais ao longo da manhã desta segunda-feira, 5

Radar: mercado do Japão vivencia pânico entre os investidores (Kyodo News/Getty Images)

Radar: mercado do Japão vivencia pânico entre os investidores (Kyodo News/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 08h51.

Os mercados internacionais operam em forte queda nesta segunda-feira, 5, com o temor que os Estados Unidos entrem em uma recessão, após dados da semana passada mostrarem que o mercado de trabalho desacelerou mais do que o previsto. Por volta das 8h40, os índices futuros dos EUA e Europa despencavam, com o futuro da Nasdaq caindo 4,44%. Na Ásia, as bolsas amargaram duras perdas, fechando em queda de mais de 12%.

Circuit breaker no Japão

O mercado acompanha de perto o pânico entre os investidores no Japão. Dados mais fracos do payroll (relatório de emprego) nos Estados Unidos, divulgados na sexta-feira, 2, adicionaram mais um ponto de desconfiança entre os investidores mundiais que temem uma recessão - e o Japão não ficou de fora. O mercado japonês, já fragilizado devido ao aumento nas taxas de juros pelo Banco do Japão (BoJ), reagiu no pregão de hoje (iniciado no domingo, 4, no horário local).

Por volta das 22h de ontem (10h da manhã de segunda, 5, no Japão), o Nikkei 225, um dos principais índices do Japão, cedeu mais de 5,47%, fazendo o mercado local acionar o circuit breaker – ferramenta que interrompe as negociações por um tempo. No fechamento, o índice fechou em queda de 12,40%, maior queda em um dia desde 1987, enquanto o Topix, também um dos índices de referência de Tóquio, recuou 12,23%. As ações do Mitsubishi UFJ, maior banco japonês, chegou a cair ao longo da sessão mais de 21%.

Boletim Focus

No cenário local, investidores repercutem a divulgação do Boletim Focus, que voltou a aumentar a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024: de 4,10% para 4,12%. Essa é a terceira alta após o Banco Central (BC) interromper, no dia 15 de julho, uma sequência de nove semanas seguidas de altas. O IPCA para 2025 também foi revisado para cima, de 3,96% para 3,98%, segunda alta consecutiva. As medianas da inflação para 2026 e 2027 não foram modificadas, ficando em 3,60% e 3,50%, respectivamente.

O BC manteve a Selic de todos os anos, com exceção de 2025: 10,50% (2024), de 9,50% para 9,75% (2025), e 9% (2026 e 2027). Já a estimativa de 2024 e 2025 para o Produto Interno Bruto (PIB) foram revisadas de 2,19% para 2,20% (2024) e 1,94% para 1,92% (2025). As medianas de 2026 e 2027 do PIB se mantiveram em 2% cada. Por fim, as projeções do câmbio para 2024 e 2026 se mantiveram R$ 5,30 e R$ 5,25, enquanto as de 2025 e 2027 foram revisadas: de R$ 5,25 para R$ 5,30 (2025), e de R$ 5,23 para R$ R$ 5,25 (2027).

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