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Cinco tendências para o mercado de fusões e aquisições, segundo a WTW

Consultoria global vê oportunidades mesmo em ambiente desafiador, com aumento da inflação e alta nas taxas de juros

Fusões e aquisições: negócios devem continuar desafiadores em 2023 (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Fusões e aquisições: negócios devem continuar desafiadores em 2023 (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

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Beatriz Quesada

Publicado em 27 de janeiro de 2023 às 13h32.

Última atualização em 27 de janeiro de 2023 às 16h03.

O mercado de fusões e aquisições (M&A) começa 2023 com uma herança negativa: o volume de negociações caiu 35% no último ano e o cenário deve continuar desafiador nos próximos meses. Entre os obstáculos estão a alta global da inflação e o consequente aumento das taxas de juros.

Na América Latina, a instabilidade política e o baixo crescimento das economias da região resultaram em uma queda entre 10 e 15% no número de transações e uma queda de 40% no valor dos negócios, segundo a consultoria WTW.

O desafio, no entanto, traz também oportunidades. “A América Latina continua gerando interesse entre os investidores, especialmente em áreas como infraestrutura, energia e alimentação”, afirmou, em nota, Alberto Mondelli, líder de M&A da WTW para a região.

A nível global, a consultoria identificou cinco tendências para o mercado de M&A em 2023 que podem sinalizar onde estarão as oportunidades de negócio.  São elas:

1: Retorno do “efeito batom”

O chamado “efeito batom” indica a concentração de compradores em negócios menores e mais acessíveis ao invés da busca por grandes transações. Segundo a WTW o efeito é desencadeado pela expectativa de recessão econômica que hoje preocupa investidores, principalmente nos Estados Unidos.

O movimento já é observado desde o último ano. Nenhum mega negócio – avaliado em mais de US$ 10 milhões – foi fechado durante o terceiro trimestre de 2022, e grandes negócios avaliados em mais de US$ 1 milhão diminuíram significativamente em comparação com o mesmo período de 2021, de 49 para 67. Os valores são do monitor trimestral de desempenho de acordos da WTW, realizado em associação com o Centro de Pesquisa de Fusões e Aquisições da Bayes Business School de Londres.

2: Pechinchas no mercado de M&A

As dificuldades macroeconômicas devem aumentar, ainda, o número de empresas que se desfazem de ativos não essenciais na busca pela criação de valor de longo prazo. “Isso pode criar oportunidades para os compradores expandirem linhas de produtos, serviços ou cadeias de suprimentos a um preço reduzido”, informa a consultoria.

3: Busca por tecnologia 

Empresas devem continuar investindo em transformação tecnológica, com foco em inteligência artificial e machine learning em 2023. E, segundo a WTW, a velocidade exigida na transformação faz com que as empresas busquem a expertise fora de casa, por meio de fusões e aquisições.

4: Impacto geopolítico

As interrupções na cadeia de suprimentos causadas pela pandemia devem continuar impactando as decisões de negócios. A expectativa da consultoria é que as empresas busquem operações de M&A para reforçar sua resiliência operacional. 

“As vulnerabilidades que continuam gerando um fluxo de operações em dificuldades nos setores mais afetados também serão um catalisador para que as empresas reinventem suas próprias redes de supply chain. Ao localizar fornecedores mais próximos do ponto de produção, as empresas buscarão obter maior segurança e resiliência”, afirma.

 5: Foco em ESG

Os fatores ESG (ambientais, sociais e de governança) devem continuar nos holofotes em 2023. A expectativa é que o crescente escrutínio de investidores, somado à pressão pela transparência, possa impulsionar negócios voltados para a área.

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