Wall Street: eleições nos EUA devem ser um dos temas observado no próximo ano pelos mercados globais (Getty/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 31 de dezembro de 2023 às 08h16.
Um ano intenso para o mercado de ações chega ao fim com os investidores cheios de otimismo em relação a 2024.
A sinalização de fim do aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anima os mercados, mas resta saber como será o impacto retardado do aperto monetário.
Seguem os cinco principais temas na mira dos operadores em 2024:
Os mercados apostam que os cortes do Fed virão mais cedo e serão mais profundos do que se esperava antes da mudança de tom do BC americano e dos dados mais benignos de inflação. Os swaps de juros sinalizam uma redução de cerca de 1,5 ponto percentual no próximo ano, o dobro da projeção dos dirigentes do Fed, com um corte de 0,25 ponto percentual em março agora inteiramente precificado.
As sete gigantes da tecnologia americanas — Apple, Microsoft, Aphabet, Amazon, Meta, Tesla e Nvidia — foram responsáveis por 64% da alta do S&P 500 este ano até a semana passada, em meio ao frenesi da inteligência artificial. Elas devem registrar um crescimento de lucros de 22% no próximo ano, o dobro do avanço para as empresas do S&P 500 como um todo, segundo dados compilados pela Bloomberg Intelligence. Resta saber quanto disso já está precificado, junto com expectativas de um pouso suave da economia.
Anos eleitorais em que o presidente americano concorre a reeleição costumam ser positivos para ações americanas. Desde 1949, o S&P 500 registrou um ganho médio de quase 13% nesses anos. Nos outros anos eleitorais, o índice teve perda média de 1,5%.
No Japão, o possível fim da política monetária ultra-dovish do banco central e um iene fraco podem ser um vento contrário para as ações. O Banco do Japão mantém a última taxa negativa do mundo, mas dois terços dos economistas preveem um aumento em abril, o primeiro desde 2007.
Quanto à China, os investidores ficarão de olho nas reuniões do Congresso Nacional do Povo e na cúpula que ocorre a cada cinco anos para traçar os rumos da economia.
Na Europa, as ações cíclicas fortemente expostas à Ásia podem ser a chave para ganhos adicionais, dado o possível impulso fiscal na China. Embora a fraqueza econômica da região deva pesar sobre os lucros das empresas europeias, o consenso dos analistas aponta para um crescimento de lucros de cerca de 4% em 2024, baseado principalmente no aumento das margens, segundo dados da BI.
O mercado de renda fixa espera que o Banco Central Europeu reduza juros a partir de abril, o que poderia proporcionar um impulso adicional às ações da região.