Whastapp: Facebook e Cielo firmaram parceria para viabilizar pagamentos via aplicativo (Bloomberg/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 31 de julho de 2020 às 16h35.
Última atualização em 31 de julho de 2020 às 16h36.
As ações da Cielo chegaram a subir 11,98% nesta sexta-feira, 31, após o site da revista Veja noticiar que Banco Central autorizou a volta dos testes com o WhatsApp Pay e que, segundo uma fonte da reportagem, só aguardam a formalização do BC para que eles voltem a ser feitos. Às 16h20, os papéis subiam 10,74% e eram negociados por 5,36 reais, liderando as altas do Ibovespa.
O serviço de transferências via WhatsApp havia sido suspenso em 23 de junho, quando a autarquia alegou a possibilidade de “danos irreparáveis” ao setor financeiro e, na época, afirmou que a decisão pretendia preservar um ambiente adequadamente “competitivo”.
A autorização do Banco Central é um dos últimos entraves para que o serviço seja possibilitado, tendo em vista que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) retirou, ainda no fim de junho, a medida cautelar que suspendia a parceria entre a Cielo e o Facebook.
Em 15 de junho, quando anunciou a parceria com o Facebook para viabilizar transferências pelo aplicativo, a Cielo fechou em alta de 14%.
Embora a parceria com o WhatsApp seja vista como um fôlego extra para a companhia, que tem sofrido com o aumento da concorrência no setor de maquininhas, analistas do UBS não a vê como um grande trunfo.
“Hoje, considerando a estrutura anunciada, o impacto potencial da parceria da Cielo com a ferramenta de pagamento Whatsapp (com aprovação regulatória pendente) é muito baixo nos volumes/ganhos”, afirmam analistas do UBS em relatório.
Para o UBS, o preço-alvo da ação é de 4,60 reais. Analistas do BTG Pactual consideram um preço-alvo levemente superior, de 5 reais, mas ainda assim abaixo da cotação atual
No segundo trimestre, a Cielo teve prejuízo líquido de 75,2 milhões de reais ante o lucro de 428,5 milhões de reais registrados no mesmo período do ano passado. Na bolsa, as ações da companhia têm o pior desempenho no acumulado dos últimos 3 anos, com queda de 75,40%. No ano, os papéis acumulam queda de cerca de 35%, já considerando a alta de hoje.