Mercados

China pesa e Bovespa abre descolada do exterior

O índice PMI industrial na China, calculado pelo HSBC, caiu a 50,5 em abril, de 51,6 em março, aumentando as preocupações sobre o ritmo econômico do gigante emergente


	Bovespa: o índice acionário à vista caía 0,19%, aos 54.194,77 pontos, às 10h07, na contramão do sinal positivo que prevalece no exterior
 (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Bovespa: o índice acionário à vista caía 0,19%, aos 54.194,77 pontos, às 10h07, na contramão do sinal positivo que prevalece no exterior (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2013 às 10h41.

São Paulo - Os dados sobre a atividade industrial na China atinge a Bovespa, ao menos na abertura do pregão desta terça-feira.

O índice acionário à vista caía 0,19%, aos 54.194,77 pontos, às 10h07, na contramão do sinal positivo que prevalece no exterior, onde os investidores relegam os números chineses e também o indicador mais fraco na Alemanha, no aguardo da agenda econômica do dia nos Estados Unidos.

No exterior, o futuro do S&P 500 subia 0,33%, também às 10h07, reagindo à queda do índice PMI industrial norte-americano, que caiu ao menor nível em seis meses, a 52,0 na leitura preliminar de abril.

Além disso, o índice de preços de moradias subia 0,7% em fevereiro, pouco acima da previsão de alta de 0,6%. Logo mais, às 11 horas, é a vez das vendas de moradias novas em março e da atividade regional em Richmond em abril.

Por fim, às 17h30, o API publica o relatório semanal sobre estoques de petróleo bruto e derivados.

Já na Europa, as bolsas de Paris e Frankfurt subiam 2,61% e 1,77%, nesta ordem, relegando a queda do índice dos gerentes de compras (PMI) composto na Alemanha para 48,8 em abril, de 50,6 em março, ficando abaixo da linha divisória de 50, que separa a atividade entre contração e expansão.

Por sua vez, o PMI composto da zona do euro como um todo ficou estável em 46,5 neste mês, contrariando a expectativa de queda a 46,4.

Mas o dado que deve penalizar a Bolsa e que já afeta a performance das principais commodities industriais vem da Ásia.


O índice PMI industrial na China, calculado pelo HSBC, caiu a 50,5 em abril, de 51,6 em março, aumentando as preocupações sobre o ritmo econômico do gigante emergente, após dados igualmente decepcionantes sobre o primeiro trimestre deste ano.

"Commodities para baixo e crescimento decepcionante na zona do euro e China podem trazer demanda por proteção", alerta, em relatório, a equipe de analistas da Lerosa Investimentos, em contraste com o apetite ao risco verificado desde cedo.

Os profissionais ponderam que a melhora das bolsas europeias nesta manhã ocorre diante da possibilidade de estímulo monetário na região, e não pela recuperação econômica em si. "Portanto, os fatores que fazem os mercados valorizarem por lá, podem não fazer efeito por aqui", acrescentam.

Dessa forma, a dependência da Bovespa em relação às commodities deixa a performance doméstica com grandes chances de ser negativa no dia de hoje, com especial pressão vendedora sobre as blue chips, principalmente Vale.

"Setores de mineração, siderurgia e petróleo devem ter desempenho mais fraco, ao contrário de ontem", avalia a Lerosa. Ainda por volta das 9h50, os contratos futuros mais líquidos do petróleo WTI e do cobre negociados em Nova York caíam quase 1%, cada.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valores

Mais de Mercados

Goldman Sachs corta projeção de lucro e rentabilidade do Banco do Brasil com piora do crédito rural

BRF e Marfrig marcam nova data para assembleias que vão tratar de fusão

Fuga de empresas chinesas das bolsas dos EUA marca nova fase da guerra econômica

Tensão no Oriente Médio, alta do petróleo e dados dos EUA: o que move o mercado