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China: fundo de US$ 48 bi busca reduzir dependência de chips de IA no exterior

Novo fundo de US$ 48 bilhões prioriza setores como litografia e software de design, na tentativa de reduzir dependência externa e avançar em chips de IA

 (Leandro Fonseca/Exame)

(Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 27 de junho de 2025 às 10h47.

O principal fundo de investimentos em semicondutores da China, conhecido como Big Fund III, está revendo sua estratégia para enfrentar os bloqueios impostos pelos Estados Unidos. Na nova fase, o foco será direcionado a áreas críticas onde o país ainda enfrenta deficiências tecnológicas, como equipamentos de litografia - que são dominados pela holandesa ASML - e softwares de design de chips, controlados por gigantes americanas como Cadence e Synopsys.

O Big Fund III foi criado há pouco mais de um ano com a meta de levantar 344 bilhões de yuans (cerca de US$ 48 bilhões), mas até agora garantiu apenas parte desse valor, levando em conta que Pequim tem tido mais cautela nos investimentos ao setor. Porém, a expectativa é de que o fundo alcance o valor inicial e se torne o maior da história da indústria chinesa de semicondutores, segundo reportagem da Bloomberg.

Dependência externa de chips e planos para o futuro

A mudança ocorre após anos de investimentos distribuídos em diversos segmentos, que resultaram em poucos avanços concretos. O governo chinês definiu como prioridade reduzir a dependência externa em chips, especialmente com a crescente disputa no campo da inteligência artificial.

Segundo informações da Bloomberg, os EUA e outros países, como Japão e Holanda, ampliaram restrições à venda de chips e equipamentos para a China. Nesta semana, um acordo assinado entre Washington e Pequim pode diminuir a tensão entre os países.

O fundo deve realizar seus primeiros grandes aportes nos próximos meses, com a missão de estimular consolidações no setor. Caso atinja seu objetivo de captação, deve superar a soma dos investimentos das duas fases anteriores do programa.

Além do Ministério das Finanças, participam do Big Fund III bancos estatais e fundos regionais chineses. A iniciativa é considerada um termômetro das prioridades estratégicas de Pequim, mas tem sido pressionada por resultados ainda modestos e investigações anticorrupção envolvendo líderes do setor desde 2022.

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