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China Evergrande: risco de calote da incoporadora soa alarme no mercado

Quebra teria efeito dominó no sistema financeiro e na economia do país

 (Aly Song/Reuters)

(Aly Song/Reuters)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 08h28.

Última atualização em 25 de setembro de 2020 às 08h52.

A sexta-feira, 25, começou com uma notícia preocupante para os mercados e a economia mundial vinda da China.

Segundo a imprensa internacional, a China Evergrande, segunda maior incorporadora do país, avisou às autoridades do país que pode dar calote nos investidores em seus títulos de dívida se não conseguir aprovação para listar a subsidiária Hengda na bolsa de valores. A China Evergrande é a incorporadora mais alavancada do mundo, com dívida bruta equivalente a 674 bilhões de reais e líquida de 510 bilhões envolvendo 249 instituições financeiras, sendo 148 bancos. A quebra da companhia teria um efeito desastroso no sistema financeiro da segunda maior economia do mundo, cujo governo empregou e estimulou largamente o uso de dívida para acelerar o crescimento.

As ações da Evergrande despecaram 4,6% no início do pregão em Xangai após as notícias sobre o potencial de calote. O aviso consta de uma carta de 24 de agosto na qual a incorporadora pede ao governo da província de Guangdong ajuda para colocar em prática um plano de reorganização que inclui a listagem da Hengda pela porta dos fundos da bolsa, segundo as agências de notícias Bloomberg. Uma listagem pela porta dos fundos acontece quando determinada empresa que não tem o capital aberto compra uma cujas ações já são negociadas na bolsa, e assim entra no mercado.

A Evergrande disse que uma carta que estava circulando online sobre uma reorganização da Hengda é uma invenção e difamação.

Desde 2016 a Evergrande tenta listar a Hengda na bolsa, sem sucesso. Na carta enviada ao governo de Guangdong, a incorporadora diz que a subsidiária precisa pagar 130 bilhões de dólares até 31 de janeiro aos investidores que emprestaram recursos para a execução do plano de listagem.

O governo da China tem demonstrado crescente preocupação com o aumento da dívida do setor de construção civil em meio a esforços para diminuir os riscos do seu sistema financeiro.

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