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China deve criar fundo para estabilização de ações

O país está criando fundo de estabilização do mercado que tem o objetivo de conter o maior movimento de venda de ações dos últimos anos


	Reflexo de um agente do mercado financeiro em um monitor da bolsa de valores
 (Jin Lee/Bloomberg)

Reflexo de um agente do mercado financeiro em um monitor da bolsa de valores (Jin Lee/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2015 às 09h25.

Pequim - A China está criando um fundo de estabilização do mercado que tem o objetivo de conter o maior movimento de venda de ações dos últimos anos, enquanto preocupações aumentam na liderança chinesa de que o mal-estar do mercado se espalhe para outras partes da economia.

Autoridades chinesas, incluindo aqueles no Conselho de Estado, banco central, além de nomes importantes da agência reguladora do mercado de capitais estão se encontrando neste sábado para discutir uma nova rodada de medidas direcionada a evitar a queda acentuada no mercado de ações. A informação foi dada à Dow Jones Newswires por fontes com conhecimento do assunto.

O movimento ocorre depois que o índice Shanghai Composite perdeu mais de um quarto de seu valor desde o último pico em 12 de junho. Passos anteriores, incluindo um corte na taxa de juros, falharam em impressionar os investidores. Muitos foram forçados a se desfazer de suas posições compradas porque as ações continuam a cair.

A principal medida que está sendo discutida este sábado é a criação de um fundo que seria usado para evitar uma queda ainda mais acentuada nas ações, disseram as fontes.

O fundo terá seus recursos iniciais providenciados pelas grandes empresas de valores mobiliários chinesas. De acordo com um comunicado da associação de valores mobiliários (Securities Association) da China na tarde de sábado no país, cerca de 21 corretoras lideradas pela Citic Securities Co. Vão investir o equivalente a 15% de seus ativos líquidos do final de junho no fundo, um total de pelo menos 120 bilhões de yuan (US$ 19,3 bilhões de dólares).

O montante, porém, provavelmente será insuficiente. A queda no mercado de ações chinês nas últimas três semanas já resultou numa perda de US$ 2,4 trilhões em valor de mercado, valor equivalente a dez vezes o Produto Interno Bruto da Grécia no ano passado.

Como resultado, o Banco Central da China (PBOC, na sigla em inglês) deve prover recursos adicionais ao fundo de estabilização seja direta ou indiretamente, por meio do gigantesco fundo soberano do país, disseram as fontes. Qualquer movimentação nessa linha, porém, dependerá da aprovação do Conselho de Estado, o mais alto comando de decisão chinês.

Um movimento de queda ainda mais aprofundado nas ações iria ferir a habilidade das companhias chinesas de obter recursos para pagar dívidas, o que, poderia por sua vez gerar nova pressão para baixo na economia.

O receio de que o tumulto no mercado acionário possa levar a instabilidade ao sistema financeiro é uma preocupação crescente entre as autoridades chinesas.

Uma razão especial para preocupação é o montante de dívida que investidores tomaram para comprar ações. Esse tipo de dívida cresceu mais de cinco vezes no último ano, para mais de 2 trilhões de yuan no mês passado. Essa alta tem levado a temores de um colapso no mercado acionário chinês, o que poderia acabar com a poupança de milhões de investidores de pequeno porte e levar a instabilidade social.

O fundo de estabilização de mercado irá investir primeiramente em blue chips para ajudar a estabilizar a parte mais relevante do mercado, disseram as fontes. O mandato do fundo, porém, poderá ser estendido para incluir o mercado como um todo. Fonte: Dow Jones Newswires.

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