Mercados

China desmente rumores sobre venda de títulos europeus

De acordo com a Administração Cambial Chinesa, o plano de ajuda da UE e do FMI acalmou as preocupações

Bancário exibe notas de euro em Xangai: país possui US$ 630 bi em títulos europeus (.)

Bancário exibe notas de euro em Xangai: país possui US$ 630 bi em títulos europeus (.)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2010 às 12h42.

Pequim - A China, que possui as maiores reservas cambiais do mundo, considerou sem fundamento as informações de que teria dúvidas sobre a carteira de títulos em euros, que parecem ter desvalorizado ainda mais a moeda europeia.

"O artigo é totalmente infundado", declarou uma fonte da Administração Cambial Chinesa, ao comentar a afirmação do jornal Financial Times de que a "China estaria revisando a carteira de títulos em euros".

A Administração China de Divisas Estrangeiras (Safe, sigla em inglês) afirmou em seu site que as informações segundo as quais teria se reunido com banqueiros estrangeiros para discutir esta questão em Pequim são "totalmente infundadas". "O mercado europeu era e é um dos mercados de investimentos para as reservas cambiárias da China e continuará sendo no futuro", afirma o texto. "Apoiamos o pacote de medidas que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional estão tomando pelo bem da estabilidade financeira", prosseguiu o Safe.

O Financial Times não citou fontes em sua publicação, na qual assinala que o Safe tem 630 bilhões de dólares em títulos estatais europeus, expressou sua preocupação quanto a sua exposição nos mercados grego, irlandês, italiano, português e espanhol. Cerca de 70% das reservas chinesas são em dólares, mas a composição e administração dos fundos controlados pelo Safe são consideradas segredo de Estado.

Por seu lado, o presidente da China Investment Corp (CIC), o fundo soberano chinês de 300 bilhões de dólares, disse estar mais preocupado com as tendências em longo prazo e não pelas flutuações em curto prazo. "O CIC manterá seus níveis de investimento na Europa, nem mais, nem menos", afirmou Gao Xiqing à agência de notícias estatal Xinhua. "As flutuações em curto prazo não terão um efeito sério sobre nós", acrescentou Gao, admitindo, no entanto, que observava de perto a crise na Eurozona.

De qualquer maneira, os especialistas assinalaram que o CIC só tem uma exposição moderada nos mercados europeus através de fundos de sociedades de gestão de carteiras no Velho Continente.

Segundo os analistas, o informe do Financial Times sobre os planos de investimento da China foi uma das razões da queda da bolsa de Nova York na quarta-feira.

O Dow Jones perdeu 0,69%, fechando abaixo dos 10.000 pontos pela primeira vez desde fevereiro, e o Nasdaq baixou 0,68%, ao contrário das bolsas mundiais que subiram com força na quarta-feira.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCâmbioChinaEuropaUnião Europeia

Mais de Mercados

Reunião de Lula e Haddad e a escolha de Scott Bessent: os assuntos que movem o mercado

Do dólar ao bitcoin: como o mercado reagiu a indicação de Trump para o Tesouro?

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3