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Governo da China alerta para bolha nos mercados globais

Regulador chinês diz que mercados desenvolvidos, como os da Europa e Estados Unidos, estão descolados da realidade

Guo Shuqing: Presidente da Comissão Regulatória de Bancos e Seguros da China (Simon Song/South China Morning Post/Getty Images)

Guo Shuqing: Presidente da Comissão Regulatória de Bancos e Seguros da China (Simon Song/South China Morning Post/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 2 de março de 2021 às 08h20.

Última atualização em 2 de março de 2021 às 11h33.

Entenda o que está em jogo

  • O órgão regulador do setor bancário na China disse enxergar bolhas nos EUA e na Europa
  • O temor é que haja algum contágio sobre o mercado chinês
  • Para se prevenir, o governo está impondo restrições ao excesso de liquidez; e isso pode frear a economia

O responsável pela agência reguladora do setor bancário da China disse estar “muito preocupado” com os riscos decorrentes de bolhas nos mercados financeiros globais e no setor imobiliário do país, o que pode ser um sinal de mais aperto monetário na segunda maior economia do mundo.

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As bolhas nos mercados dos EUA e da Europa podem estourar porque os ganhos vão em direção oposta das economias, o que deve resultar em correções “mais cedo ou mais tarde”, disse em conferência de imprensa na terça-feira em Pequim Guo Shuqing, presidente da Comissão Regulatória de Bancos e Seguros da China (CBIRC, na sigla em inglês).

Reguladores financeiros da China buscam o equilíbrio entre tentar conter os riscos internos e, ao mesmo tempo, limitar o impacto de turbulências no exterior à medida que a economia se abre mais ao capital estrangeiro. Em janeiro, a CBIRC prometeu se antecipar aos “riscos sistêmicos” depois de limitar empréstimos bancários ao mercado imobiliário, reduzir atividades dos chamados bancos sombra e frear a expansão descontrolada do financiamento coletivo, ou “peer-to-peer”.

“A política monetária da China não tem sido tão frouxa quanto a dos EUA e da Europa”, disse Steven Leung, diretor executivo da Uob Kay Hian (Hong Kong). “Esse último comentário vai gerar receio de um aperto ainda maior.”

“Ao chamar o rali do mercado externo de bolha, Pequim não ajudará o clima para as ações em Hong Kong, que vinham registrando fortes entradas”, da China continental, disse Castor Pang, chefe de pesquisa da Core Pacific-Yamaichi.

Reguladores têm monitorado os fluxos de capital para a China, onde a economia ainda cresce e as taxas de juros são mais altas, embora o tamanho e a velocidade de tais fluxos permaneçam controláveis no momento, disse Guo.

Ele também destacou o setor de fintech ao dizer que as plataformas que oferecem serviços bancários devem cumprir os mesmos requisitos de capital dos bancos tradicionais para reduzir riscos. O regulador fixou prazos diferenciados para cada tipo de serviço, sendo o período de carência mais longo de, no máximo, dois anos, disse Guo, sem dar mais detalhes.

Guo também disse que as bolhas no mercado imobiliário da China continuam relativamente grandes, pois muitas pessoas têm comprado imóveis para investimentos ou fins especulativos, o que é “muito perigoso”.

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