Repórter
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 06h15.
A China afirmou nesta segunda-feira, 15, que a Nvidia (NVDA) violou a lei antimonopólio do país no acordo de 2020 que resultou na aquisição da fabricante israelense de equipamentos de rede Mellanox Technologies por US$ 7 bilhões.
O anúncio foi feito pela Administração Estatal de Regulação do Mercado (SAMR) após uma investigação preliminar. Segundo o órgão, a empresa norte-americana teria descumprido compromissos assumidos quando recebeu autorização condicional para a compra, quatro anos atrás.
As ações da Nvidia caíram cerca de 2,62% no pré-mercado às 06h14, no horário de Brasília, enquanto os índices futuros das bolsas dos EUA reduziram ganhos.
A decisão surpreendeu investidores e ocorreu em meio ao segundo dia de negociações comerciais entre Washington e Pequim, em Madri. Os encontros incluem temas como tarifas, tecnologia e o futuro das relações econômicas.
A Nvidia é peça central nas discussões, já que seus chips de inteligência artificial — incluindo o modelo H100 — foram alvo de restrições impostas pelo governo americano por motivos de segurança nacional. A empresa redesenhou os semicondutores ao menos duas vezes para seguir vendendo na China nas regras de Washington.
Pequim tem orientado agências e companhias locais a evitarem o chip H20 da Nvidia, também por razões de segurança
A SAMR não especificou quais medidas pretende adotar contra a companhia, mas informou que seguirá investigando o caso. Pela lei antitruste chinesa, multas podem variar entre 1% e 10% da receita anual da empresa no país.
De acordo com o último relatório anual da Nvidia, a China representou cerca de US$ 17 bilhões em vendas até janeiro de 2024, equivalente a 13% do faturamento global.