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Chegou a hora de vender ações de bancos brasileiros

Cenário que ajudou a levantar as ações de grandes bancos privados brasileiros nos últimos meses não vai se manter daqui em diante, dizem analistas


	Itaú: riscos significativos da maior exposição a empréstimos em cartões de crédito não são considerados corretamente
 (Luísa Melo/Exame.com)

Itaú: riscos significativos da maior exposição a empréstimos em cartões de crédito não são considerados corretamente (Luísa Melo/Exame.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 15h14.

São Paulo - O cenário que ajudou a levantar as ações de grandes bancos privados brasileiros nos últimos meses não vai se manter daqui em diante, por isso é hora de vender os papéis das instituições, recomendaram analistas do Morgan Stanley nesta quarta-feira.

Com base nessa avaliação, a equipe formada por Jorge Kuri, Jorge Chirino e Felipe Salomão mudou a recomendação dos papéis do Bradesco de "overweight" (acima da média do setor) "underweight" (abaixo da média do setor), e Itaú passou de "equalweight" (em linha com o setor) para "underweight".

"Nos últimos seis a doze meses, mesmo com a fraca atividade bancária, os lucros tiveram uma melhora temporária, apoiados no aumento da Selic e em menores despesas com provisões para perdas", afirmaram os analistas em relatório a clientes.

Os lucros de Itaú Unibanco e Bradesco avançaram 20 e 10 por cento em 12 meses encerrados no primeiro trimestre de 2014, respectivamente, pelas contas do Morgan Stanley.

Sem esses dois fatores, os lucros teriam em vez disso caído 4 por cento para o Itaú e 1 por cento para o Bradesco, afirma o relatório, prevendo que a taxa de básica de juros agora deve ser manter nos atuais 11 por cento ao ano, ao passo que as despesas dos bancos com provisões para calotes devem crescer.

Isso porque os analistas consideram que a fraca atividade econômica do país e o maior nível de comprometimento da renda das famílias com dívidas tende a limitar o crescimento das linhas de crédito que oferecem maiores margens, como em cartões de crédito, em prol de linhas mais seguras, mas menos rentáveis.

Para os analistas, riscos significativos da maior exposição a empréstimos em cartões de crédito, como no caso do Itaú, não estão sendo considerados corretamente pelo mercado.

Além disso, segundo o relatório, os bancos considerados têm capacidade limitada de amortecer o efeito de resultados operacionais mais fracos via corte de despesas administrativas.

O Morgan Stanley, manteve a recomendação para o Banco do Brasil em "equalweight", por entender que a base de clientes do banco, bastante concentrada em funcionários públicos, pode proteger a instituição num cenário de aumento do desemprego. Ademais, as ações do BB já dão ao banco uma avaliação menor do que os concorrentes privados. A recomendação para as units do Santander Brasil foi mantida em "overweight". Os analistas avaliam que a oferta de recompra feita pelo acionista controlador, o espanhol Santander, deve dar suporte aos atuais preços das ações, embora a avaliação fundamentalista seja semelhante à descrita para Itaú e Bradesco.

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