Jerome Powell: presidente do Fed alimenta aposta por corte de 0,5 p.p. em setembro (Al Drago/The New York Times/Bloomberg)
Repórter
Publicado em 23 de agosto de 2024 às 11h38.
Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 12h20.
O aguardado discurso em Jackson Hole do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, confirmou as expectativas de que ele daria indícios claros de que o ciclo de queda de juros nos Estados Unidos terá início em setembro, quando está prevista a próxima decisão de política monetária.
No maior evento de banqueiros centrais do mundo, Powell afirmou nesta sexta-feira, 23, que "chegou a hora de ajustar a política [monetária]" e que o ritmo dos cortes dependerá dos próximos dados econômicos.
Durante o discurso de Powell, as apostas em um corte de juros de 0,5 ponto percentual (p.p.) em setembro aumentaram, com investidores passando a precificar 32,5% de chance, ante 24% na véspera. O corte de 0,25 p.p. ainda é considerado o mais provável.
"A inflação diminuiu significativamente, o mercado de trabalho não está mais superaquecido, as condições do mercado de trabalho estão menos apertadas do que aquelas que prevaleceram antes da pandemia, a oferta está normalizada e o balanço de riscos mudou", disse Powell.
Powell também demonstrou maior preocupação com o mercado de trabalho. Segundo ele, o risco inflacionário diminuiu, enquanto o risco de desemprego cresceu.
"As vagas por desempregado voltaram aos níveis pré-pandemia, e as condições do mercado de trabalho estão menos apertadas do que antes da pandemia, em 2019, quando a inflação estava abaixo de 2%. É improvável que o mercado de trabalho seja uma fonte de inflação no curto prazo", afirmou Powell.
As falas de Jerome Powell foram recebidas com otimismo no mercado, com as bolsas de valores estendendo o movimento de alta. Nos Estados Unidos, o índice Russell 2000, composto por empresas menores e mais dependentes de juros baixos, subiu mais de 2%, enquanto o S&P 500 avançou cerca de 0,7% nesta manhã.
Também houve reações no mercado de câmbio, com o dólar perdendo valor frente a diversas moedas do mundo. No Brasil, o dólar caiu pouco mais de 1,3%, sendo negociado a R$ 5,514.