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CEO do Goldman alerta: ‘ganância’ do mercado está superando o medo

Para David Solomon, mercados globais devem passar por reequilíbrio com aumento da taxa de juros

Mercados globais registraram fortes ganhos durante a pandemia, mas isso deve mudar | Foto: David Hogan/GettyImages (David Hogan/Getty Images)

Mercados globais registraram fortes ganhos durante a pandemia, mas isso deve mudar | Foto: David Hogan/GettyImages (David Hogan/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 17 de novembro de 2021 às 10h35.

O diretor-presidente do Goldman Sachs, David Solomon, disse que os mercados podem enfrentar um período difícil enquanto a economia global tenta se recuperar do impacto da pandemia.

“Quando dou um passo atrás e penso sobre minha carreira de 40 anos, houve períodos em que a ganância superou o medo - estamos em um desses períodos”, disse Solomon em entrevista durante o Bloomberg New Economy Forum, em Singapura. “Minha experiência diz que esses períodos não duram muito. Algo vai reequilibrá-lo e trazer um pouco mais de perspectiva.”

Os mercados globais registraram fortes ganhos durante a pandemia, impulsionados por enormes estímulos que também aumentaram os lucros de bancos como o Goldman. Agora, aumenta a preocupação de que a aceleração da inflação representará um desafio para uma recuperação sustentada, já que bancos centrais podem ser obrigados a elevar os juros em resposta.

“As chances são de que as taxas de juros subam e, se subirem, isso por si só vai tirar um pouco da exuberância de certos mercados”, disse Solomon.

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Solomon também comentou o desafio da mudança climática. Para ele, a transição para uma economia verde é “extremamente importante”.

O Goldman está entre os bancos, investidores e seguradoras que, no início do mês, se comprometeram a descarbonizar as operações até meados do século como signatários da “Glasgow Financial Alliance for Net Zero”. Ainda assim, a iniciativa foi recebida com ceticismo. Ativistas do clima e organizações sem fins lucrativos questionam se grandes empresas do setor de finanças são capazes de se afastar rapidamente dos combustíveis fósseis. O Goldman, juntamente com outros, já deixou claro que não é viável parar de trabalhar com a indústria.

“Temos que reconhecer que estamos tentando promover mudanças muito drásticas”, disse Solomon, e destacou que a transição levará tempo.

China

O Goldman está na liderança de um movimento de bancos globais para ganhar mais espaço com a abertura do mercado chinês, em uma competição para capturar bilhões de dólares em lucros potenciais. No mês passado, o Goldman obteve aprovação para assumir o controle total de uma empresa de investimentos, encerrando uma joint venture de 17 anos. O banco tem planos de dobrar a força de trabalho na China para 600 e de se expandir em gestão de ativos e fortunas. Até o mês passado, já havia contratado 116 funcionários na China continental este ano, agora com um total acima de 400.

Hong Kong

Solomon disse que esta foi sua primeira visita à Ásia desde o início de 2020, mas ele não tem planos de visitar a China e Hong Kong. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, pousou em Hong Kong esta semana depois de receber uma isenção da rigorosa quarentena da cidade, onde destacou que as restrições têm dificultado a retenção de talentos pelos bancos.

Solomon disse que a abordagem rígida de combate à Covid na China e em Hong Kong é “certamente um obstáculo para o talento global naquela parte do mundo”.

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