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CEOs do Deutsche e Citi veem 50% de chance de recessão global

Economia global sofre várias tensões, desde problemas na cadeia de suprimentos na China até o aumento dos preços dos alimentos, principalmente nos países mais pobres.

A experiência histórica indica que a desinflação geralmente traz custos significativos para o crescimento e vemos a probabilidade agregada de recessão agora se aproximando de 50% (reuters/Reuters)

A experiência histórica indica que a desinflação geralmente traz custos significativos para o crescimento e vemos a probabilidade agregada de recessão agora se aproximando de 50% (reuters/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 22 de junho de 2022 às 10h02.

Última atualização em 22 de junho de 2022 às 10h56.

O CEO do Deutsche Bank alertou que a economia global pode estar a caminho de uma recessão com os esforços de bancos centrais para conter a inflação. Ele se junta a um coro crescente de executivos e formuladores de políticas que pintam um quadro pessimista.

Christian Sewing ressaltou que a economia global sofre várias tensões, desde problemas na cadeia de suprimentos na China até o aumento dos preços dos alimentos, principalmente nos países mais pobres.

“Eu diria que temos pelo menos 50% de probabilidade de recessão global”, disse o CEO do Deutsche em entrevista durante a cúpula Future of Finance em Frankfurt na quarta-feira. Nos EUA e na Europa, “a probabilidade de uma recessão no segundo semestre de 2023, ao mesmo tempo em que os juros sobem, obviamente aumentou em relação às previsões que tínhamos antes do início da guerra” na Ucrânia.

Seus comentários vieram no mesmo dia em que analistas do Citigroup fizeram uma previsão semelhante, citando choques de oferta e taxas de juros mais altas. Sewing disse que apesar do impacto no crescimento econômico, ele apoia as ações dos bancos centrais, incluindo o Federal Reserve dos EUA, porque são necessárias para reduzir a inflação, que ele chamou de risco para a democracia, a um nível mais sustentável.

No início desta semana, durante o Fórum Econômico do Qatar, o CEO da Tesla Elon Musk e o economista Nouriel Roubini estavam entre os participantes que advertiram que os EUA caminham para uma recessão. Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, disse aos investidores no início de junho para se prepararem para um “furacão” econômico em meio a uma combinação sem precedentes de desafios.

A experiência histórica indica que a desinflação geralmente traz custos significativos para o crescimento e vemos a probabilidade agregada de recessão agora se aproximando de 50%”, escreveram os economistas do Citigroup. “Os bancos centrais ainda podem projetar pousos suaves – ou mais ou menos suaves – incorporados em suas previsões (e nas nossas), mas isso exigirá que os choques de oferta diminuam e a demanda permaneça resiliente.”

O Citigroup agora projeta crescimento da economia mundial de 3% este ano e de 2,8% em 2023. Seus economistas disseram que, se ocorrer uma recessão, é provável que seja do tipo em que o desemprego aumenta vários pontos percentuais e a produção passa por um par de trimestres fracos.

“Vemos isso como uma expectativa razoável, mas a incerteza - como enfatizamos - é o quão persistente a dinâmica inflacionária acabará se mostrando”, disseram.

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