Credit Suisse (C1SU34) (Fabrice Coffrini/AFP)
O CEO do banco de investimento do Credit Suisse (C1SU34), Christian Meissner, estaria prestes a deixar seu cargo por causa dos escândalos que abalaram as contas do maior banco da Suíça.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 17, pela Bloomberg, que explicou como a despedida do executivo do Credit Suisse deveria ocorrer nas próximas semanas, na sequência de uma reestruturação completa da unidade, que poderá ser colocada à venda.
O anúncio seria feito no dia 27 de outubro, data muito aguardada pelos mercados, pois será o momento em que o instituto apresentará sua nova estratégia, à margem dos resultados trimestrais.
Ainda no final de julho, o banco havia informado que Meissner queria ajudar a transformar a unidade de banco de investimento.
O Credit Suisse estaria trabalhando em um plano para dividir seu banco de investimento em três.
O objetivo do Credit Suisse com a operação seria criar um "banco ruim" que lidará com ativos de risco, em um cenário em que o gigante suíço tenta superar três anos marcados por uma série de escândalos.
De acordo com propostas apresentadas ao conselho de administração do grupo, o objetivo seria vender as unidades lucrativas, como seu negócio de produtos securitizados, em um esforço para evitar um aumento de capital, considerado perigoso e péssimo em um momento como o atual.
Isso especialmente por causa do preço extremamente baixo das ações do grupo, que caíram abaixo de 5 francos nas últimas semanas, o nível mais baixo em pelo menos 30 anos. O banco é negociado a um preço ao valor contábil de 0,28, significativamente abaixo de seu rival UBS, que é negociado a 1.
No mês passado, o Credit Suisse foi atingido por uma série de rebaixamentos por analistas de crédito, o que elevou seus custos de empréstimos .
A notícia da possível saída de Meissner ocorre no mesmo dia em que o Credit Suisse aceitou pagar US$ 495 milhões como multa em um caso relacionado a títulos lastreados em hipotecas.
Saiba mais:
O banco suíço chegou a um acordo com a Procuradoria de Nova Jersey, nos Estados Unidos, para encerrar um processo iniciado em 2013, onde a Justiça americana pedia US$ 3 bilhões em danos.
“O acordo, para o qual o Credit Suisse está totalmente provisionado, marca outro passo importante nos esforços do banco para resolver proativamente litígios e questões antigas”, informou o banco em comunicado.
O Credit Suisse está atualmente sendo julgado em Nova York em outro processo, por seu papel em um escândalo de manipulação de câmbio entre 2007 e 2013, e está também no meio de um processo em Cingapura em um processo movido pela ex-primeira-ministra da Geórgia, Bidzina Ivanishvili.
O Credit Suisse está enfrentando a maior crise de sua história, com um passivo de cerca de US$ 4,5 bilhões provocado por uma série de escândalos, com os casos Archegos Capital Managment e Greensill.
O mercado começa a se questionar se o Credit Suisse vai conseguir sobreviver, e por isso os Credit Default Swaps (CDS), uma espécie de seguro sobre vida do banco, subiram dramaticamente desde o começo do ano, passando de 50 pontos para mais de 325 pontos.