Bolsonaro x Haddad: ambos candidatos devem convergir ao centro em eventual segundo turno (Montagem/Exame)
Karla Mamona
Publicado em 1 de outubro de 2018 às 15h50.
São Paulo - Faltando seis dias para as eleições presidenciais, a equipe de analistas da XP Investimentos recomenda cautela aos investidores.
Em relatório divulgado a clientes, a XP destaca que atenção do mercado está completamente voltada ao cenário eleitoral, que segue ainda indefinido e com um resultado potencialmente binário para a Bolsa.
O desfecho da disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições terá impacto direto no mercado.
No caso da vitória de Bolsonaro, a XP Investimentos afirma que as políticas macroeconômicas serão bem recebidas e a reação deve ser positiva em um primeiro momento, mas ressalta que há dúvidas em relação à execução.
Já no caso da vitória de Haddad, os analistas apontam que a falta de clareza em relação ao comprometimento com as reformas fiscais preocupa e, portanto, pode levar à correção da Bolsa em um primeiro momento.
Com a vitória do petista, que até agora se mostrou menos comprometido com o ajuste fiscal, a perspectiva é que o Ibovespa registre uma desvalorização entre 10% e 15%, ficando entre 65 mil pontos e 70 mil pontos.
Se Bolsonaro chegar à presidência e se comprometer com as reformas fiscais, a Bolsa pode alcançar os 90 mil pontos.
Em ambos os casos, a XP Investimentos afirma que os discursos dos dois candidatos, em um potencial segundo turno, têm um potencial de convergência ao centro “o que poderia ajudar a mitigar o risco da baixa da Bolsa, ou pelo menos conter o movimento.”
Na análise entre os dois cenários, as ações do setor de consumo e bancos devem ter uma performance melhor com Jair Bolsonaro. Entre os destaques estão Itaú Unibanco, B2W e Localiza.
Já no cenário com Haddad na presidência as ações ligadas à commodities e ao setor elétrico devem reagir melhor. Os papéis em destaque são Vale, Suzano e Engie.
Sobre as estatais, como Banco do Brasil e Petrobras, a equipe econômica afirma que as ações podem ter um risco interessante, mas sugere que sejam evitadas já que são muito voláteis em período eleitoral.