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Cemig: Light emitirá dívida por entrada na Renova

Segundo o acordo fechado, a Light terá que aportar R$ 360 milhões na Renova Energia

A Cemig não pretende transferir ativos em energia renovável para a Renova Energia (Bia Parreiras/EXAME)

A Cemig não pretende transferir ativos em energia renovável para a Renova Energia (Bia Parreiras/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2011 às 14h02.

São Paulo - O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, afirmou que a Light irá emitir dívidas para financiar o seu ingresso na Renova Energia, operação que foi anunciada na última sexta-feira. "Como todos os recursos da Light estão direcionados para os investimentos em distribuição, a companhia realizará uma emissão para financiar a operação", afirmou o executivo, que participa hoje de evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).

Pelos termos da operação, a Light aportará R$ 360 milhões na Renova Energia, o que levará a companhia a deter 26,2% de participação acionária na empresa de investimentos em fontes alternativas. Com o negócio, a Light passará a integrar o bloco de controle da Renova, juntamente com a RR Participações, que irá deter 36,3% da companhia após a conclusão da operação. Atualmente, a Renova tem 42 megawatts (MW) de projetos em operação, além de 456 MW negociados em leilão e em fase de implantação.

Segundo Rolla, várias alternativas estão sendo estudadas neste momento para financiar a operação. A expectativa é de que a captação de recursos ocorra após a aprovação do negócio pelos órgãos reguladores. "Geralmente, os órgãos reguladores levam em torno de três meses para aprovar um negócio desse tipo", disse o executivo. O DRI da Cemig, empresa que é acionista controladora da Light, destacou que uma emissão de ações pela Light não está sendo avaliada.

O executivo também afirmou que não está sendo considerada, neste momento, a possibilidade de a Cemig transferir os seus ativos em fontes alternativas, como usinas eólicas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), para a Renova Energia. "Como a Cemig é uma empresa estatal, temos uma dificuldade para realizar venda de ativos", justificou Rolla.

Suzano

O executivo da Cemig também disse que a estatal mineira tem interesse em adquirir a participação acionária da Suzano Papel e Celulose no Consórcio Capim Branco Energia, que opera as hidrelétricas Capim Branco I e II (MG). "Eles já haviam manifestado interesse de vender, e nós manifestamos a intenção de comprar".

De acordo com o ele, a expectativa é de que a saída da Suzano do consórcio aconteça ainda no segundo semestre deste ano. Apesar do apetite, o diretor reconheceu que o processo não é tão simples, tendo em vista que a Suzano ingressou no projeto na condição de autoprodutora. "Para nós, isso dificulta muito. O autoprodutor tem algumas características que diferem de uma empresa que vai comercializar essa energia. Pagamos uma série de impostos e encargos que os autoprodutores não pagam. Isso prejudica a análise", ressaltou o executivo.

Hoje, a Suzano detém 17,89% de participação acionária do consórcio. Os outros sócios são a Vale, com 48,42%, a Cemig, com 21,05%, e a Votorantim Metais, com 12,63%. Segundo o executivo, os acionistas têm o direito de preferência para adquirir as participações acionárias dentro do consórcio. As duas hidrelétricas possuem uma capacidade instalada total de 450 MW e estão localizadas no Rio Araguari.

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