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CDB confirma favoritismo e volume negociado cresce 10% no 1º semestre

Título de renda fixa desbanca os pares com juros da economia ainda na casa dos 15%

Investimento: renda fixa segue sendo atraindo o maior número de investidores (Mininyx Doodle/Getty Images)

Investimento: renda fixa segue sendo atraindo o maior número de investidores (Mininyx Doodle/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 13h51.

Os investimentos em CDBs passaram na frente de outros títulos de valores mobiliários como LCI, LCA, CRA, CRI, LIG, ações e debêntures incentivadas no primeiro semestre, com o maior volume de negócios. É isso o que apontam dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Os investimentos em CDBs saíram de R$ 1,04 trilhão no semestre encerrado em dezembro de 2024 para R$ 1,15 trilhão no primeiro semestre de 2025, um aumento de 10%.

Segundo Luciane Effting, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, a alta taxa de juros é o que gera a atratividade em CDBs. “A gente tem convivido com uma taxa de juros acima de dois dígitos, então produtos atrelados a essa taxa [acabam sendo procurados]”, explica.

Na sequência, aparecem ações, que saíram de R$ 736,2 bilhões para R$ 767,3 bilhões, um crescimento de 4,2%. No terceiro lugar, está LCA, que avançou de R$ 474,3 bilhões para R$ 536,7 bilhões, um aumento de 13,2%.

Em termos percentuais, as LCIs foram os investimentos que mais cresceram, avançando 17,7%, de R$ 363,3 bilhões para R$ 426,5 bilhões entre os semestres.

O movimento de migração de investimento do multimercado para renda fixa continuou nos seis primeiros meses de 2025, também com o impulso da Selic a 15%. Segundo a Anbima, os investimentos em multimercados caíram nas três classes analisadas: private (-1,1%), varejo de alta renda (-6,6%) e varejo tradicional (-3,4%).

Na outra ponta, FIDCs são o grande destaque. Eles cresceram 19,9% no private, 24,4% no varejo de alta renda e 100% no varejo tradicional. Olhando o produto total, os FIDCs cresceram 51% entre os últimos seis meses de 2024 e os primeiros seis meses de 2025 – entretanto, ainda figuram como a menor classe em termos de volume, com R$ 35,2 bilhões em investimento.

“Se for aprovada do jeito que está, terá um impacto”

Quando observados os títulos isentos, LCA se destaca: investimentos nessa letra de crédito representam quase 40% do total em títulos isentos. Dos R$ 1,39 trilhão, LCA detém R$ 536,7 bilhões em junho de 2025, ante os R$ 474,3 bilhões em dezembro de 2024 – um aumento de 13,2%.

Entretanto, esse cenário pode mudar. Com a Medida Provisória (MP) 1.303/2025, que retira a isenção de ativos, como LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas, tributando-os em 5%, o cenário pode ser diferente no próximo ano.

“Se a MP for aprovada do jeito que está desenhada, a tributação nos isentos terá um impacto. Mas ainda vai ser mais atrativo do que são as tributações dos demais produtos”, diz Effting.

Segundo a executiva, a MP 1.303 está sendo analisada com profundidade com a equipe técnica da Anbima. “A MP 1.303 é complexa e está sendo analisada com profundidade pela equipe técnica da Anbima. Então seguimos acompanhando a tramitação com atenção”, complementa.

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