Interior do prédio da Bovespa, a bolsa brasileira: o giro financeiro somou R$ 5,399 bilhões (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2012 às 16h59.
São Paulo - A cautela que prevalece no exterior diante de eventos políticos relevantes, como as eleições presidenciais nos Estados Unidos, tomou conta dos mercados internacionais, e no caso da Bovespa não foi diferente. A Bolsa doméstica passou toda a sessão em queda, movimento ampliado pelas perdas das siderúrgicas, do setor financeiro e das elétricas, especialmente penalizadas pelas mudanças nas tarifas de geração para as usinas cujas concessões vencem nos próximos cinco anos, anunciadas na noite de quinta-feira. Nem a valorização de mais de 1% das ações da Petrobras foi suficiente para conduzir o Ibovespa para o positivo.
Além das eleições norte-americanas, marcadas para esta terça-feira (06), também estão no foco dos investidores internacionais uma importante votação no Parlamento da Grécia, que acontece nesta semana, assim como o início da transição da liderança de governo na China, fatores que contribuem para aumentar a aversão dos agentes a ativos de risco.
O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira em queda de 0,30%, aos 58.209,76 pontos. O recuo foi intensificado durante a manhã por um fator adicional: a correção em relação ao pregão de sexta-feira, quando o mercado brasileiro não operou em virtude do feriado de Finados, dia em que Nova York registrou perdas. Na mínima do dia, o principal índice da Bolsa chegou a cair 1,42% (57.551 pontos), enquanto, na máxima, apresentou leve recuo de 0,01% (58.374 pontos). Com isso, o ganho no mês é de 2,00%, e, no ano, totaliza 2,57%. O giro financeiro somou R$ 5,399 bilhões.
"Esse ambiente de maior aversão ao risco lá fora está prevalecendo. Há muita cautela nos Estado Unidos sobretudo no que diz respeito a como o candidato eleito vai reagir em relação ao ajuste fiscal no país. Além disso, teremos nesta semana uma mudança importante na China em relação à economia local, que vem divulgando números difusos, e a questão da Grécia volta a preocupar, com risco de ruptura da zona do euro caso não se consiga aprovar o pacote de ajustes e o orçamento para o ano que vem", resume o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.
Na contramão da maioria das ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa, os papéis da Petrobras subiram 1,62% (na máxima) e 1,87% os ON e PN, respectivamente, ajudando do índice a reduzir as perdas da Bolsa ao final da jornada. A estatal foi beneficiada por notícias favoráveis sobre poços no Peru, que reforçam o potencial de longo prazo da companhia, na visão dos analistas.
As ações ON da Vale, por sua vez, apresentaram perda de 0,89%, e as PNA, de -0,65%. As companhias do setor elétrico predominam entre os destaques de queda do índice nesta segunda-feira. Eletrobras PNB liderou as perdas, com desvalorização de 8,21%. Em seguida, aparecem Cesp PNB (-5,76%), Eletrobras ON (4,66%), Transmissão Paulista PN (-4,22%) e OGX ON (-3,29%).