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Cautela de derrotadas em leilão de aeroportos agrada investidor

Na média, o ágio no leilão de privatização dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília foi de quase 350 por cento

No sentido contrário, as ações da Triunfo Participações tinham perda de 5,01 por cento, cotadas a 8,35 reais, às 17h25 (Divulgação)

No sentido contrário, as ações da Triunfo Participações tinham perda de 5,01 por cento, cotadas a 8,35 reais, às 17h25 (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 12h03.

São Paulo - As ações das empresas na Bovespa derrotadas no leilão de aeroportos nesta segunda-feira subiam na Bovespa, com a disciplina de capital dessas companhias agradando investidores.

No sentido contrário, as ações da Triunfo Participações tinham perda de 5,01 por cento, cotadas a 8,35 reais, às 17h25. A Triunfo integra o consórcio que venceu a disputa pelo aeroporto de Viracopos, no interior de São Paulo, com proposta de 3,8 bilhões de reais. O preço mínimo definido pelo governo para essa outorga de 1,47 bilhão de reais.

Na média, o ágio no leilão de privatização dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília foi de quase 350 por cento, o que surpreendeu alguns analistas que previam agressividade menor por parte dos interessados. Quanto maior o desembolso, mais lucro o empreendimento precisa dar para garantir retorno aos acionistas.

No leilão realizado no prédio da BM&FBovespa, o aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do país, foi arrematado pelo grupo que inclui a Invepar e a sul-africana ACSA por 16,2 bilhões de reais, quase cinco vezes acima do piso previsto no edital.

A proposta de Invepar e ACSA foi entregue na primeira etapa do leilão, em envelope fechado, e desestimulou outros interessados a levar a disputa para o sistema viva-voz. O presidente da Invepar, Gustavo Rocha, disse a jornalistas que a empresa estudou a concessão por oito meses e garantiu que vai entregar retorno aos acionistas.

As ações da CCR, que estava na disputa dos aeroportos em associação com a operadora suíça de terminais Zurich, inclusive por Guarulhos, subiam 1,96 por cento, cotadas a 13,03 reais.

A empresa conhecida por administrar estradas alterou seu estatuto recentemente para ingressar no negócio aeroportuário e entregou ofertas iniciais também pelo terminal de Brasília. Os valores apresentados sequer habilitaram a CCR para a disputa no viva-voz, na etapa final do leilão.

"A oferta da CCR chegou ao limite do que a empresa poderia propor considerando sua política de disciplina de capital e de relacionamento com acionistas e investidores", informou a companhia em nota à imprensa.

A CCR acrescentou que continuará a analisar perspectivas de negócios no setor por meio de novas concessões e aquisições de ativos existentes, no Brasil e no exterior.

Também em alta na bolsa paulista estavam as ações da OHL Brasil, com valorização de 4,09 por cento, a 66,41 reais.

Durante o leilão, os papéis da OHL chegaram a cair 2,4 por cento. A companhia, em parceria com a espanhola Aena, foi qualificada para a disputa em viva-voz dos três aeroportos e chegou a dar lances por Brasília, mas foi superada pelo consórcio Inframérica, que inclui a Engevix e a argentina Corporación América.

A ação da Ecorodovias, que com a alemã Fraport chegou à disputa em viva-voz por Guarulhos sem arriscar um lance, avançava 5,77 por cento, para 13,38 reais.

De todas as ações, a da CCR é a única que integra a carteira teórica do Ibovespa, que reúne os papéis brasileiros com maior liquidez e exibia baixa de 0,23 por cento.

Além do valor da outorga que será pago ao longo da concessão, os grupos vencedores terão que investir ao todo cerca de 16 bilhões de reais nos aeroportos. Guarulhos tem concessão de 20 anos, Viracopos de 30 anos e Brasília de 25 anos.

A estatal Infraero, atualmente responsável pelos aeroportos, terá 49 por cento de participação nos três empreendimentos privatizados e vai arcar com parte dos investimentos.

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