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Casas Bahia (BHIA3) sobre mais de 18% com anúncio sobre reestruturação de dívidas

Antecipação da conversão da segunda série de debêntures em ações ordinárias - com prazo antes previsto para outubro - surpreendeu o mercado

Casas Bahia: papéis disparam após anúncio de reestruturação de dívida (Casas Bahia/Divulgação)

Casas Bahia: papéis disparam após anúncio de reestruturação de dívida (Casas Bahia/Divulgação)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 6 de junho de 2025 às 11h32.

Os papéis da Casas Bahia (BHIA3) operam com forte valorização na abertura do pregão desta sexta-feira, 6, após a varejista anunciar que está em negociações avançadas com os bancos Bradesco e Banco do Brasil para a conversão de suas dívidas, no valor de R$ 1,56 bilhão, em novas ações para a companhia.

Os bancos são seus principais credores e as dívidas são relativas à segunda série de emissão de debêntures.

O intuito da negociação é reduzir pela metade o índice de alavancagem da varejista, além de gastos menores com juros, em cerca de R$ 230 milhões ao ano, e economia de caixa de R$ 400 milhões, informou a empresa em fato relevante divulgado ontem.

No documento, a companhia também afirmou que pretende fazer o reperfilamento das debêntures da primeira série, no valor de R$ 1,67 bilhão, que prevê o adiamento do primeiro pagamento de juros de novembro de 2026 para novembro de 2027, além da alteração no cronograma de amortização.

A antecipação do prazo de conversão da segunda série de debêntures, de 2024, também está em negociação. Com as três séries, existe uma dívida total de R$ 4,5 bilhões.

Se, por um lado, a conversão tira um peso enorme de dívidas para a empresa, por outro traz uma diluição brutal para os atuais acionistas: somente a conversão da segunda série traria a emissão de 3 milhões de ações, o equivalente a 77,58% do capital social da empresa.

De acordo com o fato relevante, essa mudança tende a fortalecer a estrutura de capital da companhia.

Plano de reestruturação

O plano define 10% de venda liberada para uma primeira leva; 15% no primeiro trimestre seguinte à conversão, outros 15% no trimestre seguinte; 20% no terceiro trimestre; 30% no quarto, e 10% no 16º constado da conversão.

O preço por nova ação não será alterado no caso de conversão, permanecendo conforme estabelecido.

O novo plano prevê que o pagamento do valor principal da dívida siga um cronograma atualizado. A reestruturação já foi discutida com os investidores que detêm as debêntures da primeira série, responsáveis por mais da metade das emissões.

Segundo a companhia, as mudanças devem ampliar o caixa livre, oferecendo maior flexibilidade financeira para realizar investimentos focados no crescimento e na eficiência operacional.

Se aprovada, a proposta permitirá à companhia aplicar até R$ 500 milhões obtidos nesses eventos em iniciativas voltadas à expansão e ao aprimoramento de suas atividades.

A execução do plano de transformação da estrutura de capital da Casas Bahia ainda depende do aval interno e do consentimento dos detentores de debêntures, além de fatores externos ao controle da gestão. A decisão será discutida em reunião do conselho de administração marcada para 12 de junho.

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