Casas Bahia: operacional bom, financeiro ruim (Casas Bahia/Divulgação)
Editor de Invest
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 07h47.
Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 08h51.
O Grupo Casas Bahia (BHIA3) registrou prejuízo líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre de 2025, ampliando o saldo negativo de R$ 369 milhões de um ano antes.
O resultado operacional, medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), cresceu 19,6% na mesma base de comparação, para R$ 587 milhões. A margem Ebitda também avançou 0,8 ponto percentual.
A receita líquida foi outro ponto positivo, com alta anual de 7,3%, para R$ 6,87 bilhões. O volume geral de vendas (GMV) consolidado do grupo cresceu 8,5% em relação ao mesmo período do ano passado, passando a R$ 10,5 bilhões.
Contudo, o resultado financeiro da companhia no trimestre ficou negativo em mais de R$ 1 bilhão, pior do que o prejuízo de R$ 738 milhões um ano antes, e pesou sobre a linha final do balanço. Houve um aumento de 44,3% nas despesas financeiras da companhia, que passou a R$ 1,147 bilhão.
Além disso, a dívida líquida do Grupo Casas Bahia cresceu de forma significativa de um ano para outro, passando de R$ 3,154 bilhões no terceiro trimestre de 2024, para R$ 4,483 bilhões — caiu em relação ao segundo trimestre de 2025.
A alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ficou em 1,9 vez, com recuo tanto na comparação anual quanto trimestral.
A XP observa que do caixa líquido gerado com operações, de R$ 799 milhões, 92% foram usados para pagamento de juros.
"Apesar de valorizarmos as melhorias operacionais e vermos como positiva a recente parceria anunciada com o Meli, mantemos nossa recomendação neutra, pois a alta alavancagem da empresa ainda impede a geração de caixa e a obtenção de lucro líquido positivo", explicam os analistas.
Assim como a XP, o Safra apontou o desempenho das receitas como um ponto positivo, vindo dentro do esperado, mesmo em um cenário macroeconômico desfavorável. A casa também nota uma maior eficiência nas despesas com vendas, gerais e administrativas.
"No entanto, o prejuízo líquido foi maior do que o esperado devido ao aumento das despesas financeiras", pontuaram os analistas.
O Safra aponta também para o consumo de caixa da companhia no período de 12 meses encerrado ao final do terceiro trimestre de 2025, que ficou em aproximadamente R$ 1,3 bilhão.
"O consumo de caixa continua sendo uma preocupação e, em nossa opinião, representa um desafio para a empresa reverter o prejuízo líquido registrado nos últimos trimestres", diz o relatório. O banco reiterou a recomendação de desempenho abaixo da média para a companhia.