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Casas Bahia (BHIA3): Michael Klein faz proposta para voltar ao comando do conselho

Empresário aumentou sua participação na companhia nos últimos dias e, agora, quer liderar conselho de administração — de onde saiu em abril de 2020

Klein: empresário aumentou sua fatia na empresa nos últimos dias (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Klein: empresário aumentou sua fatia na empresa nos últimos dias (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 1 de abril de 2025 às 12h41.

Última atualização em 1 de abril de 2025 às 13h39.

A Casas Bahia informou hoje que o empresário Michael Klein, filho do fundador Samuel Klein, formalizou pedido de convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com a proposta de reassumir ao cargo de presidente do conselho de administração da empresa, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio.

Perto das 12h30, a ação da varejista subia 8%, para R$ 9,72.

Em seu texto enviado à empresa, Klein "reconhece os esforços da atual diretoria na equalização financeira da companhia e propõe preservar o núcleo executivo, garantindo a continuidade do trabalho recente".

Por isso, pela proposta, apesar da destituição de Renato Carvalho do cargo de chairman, nada seria alterado na diretoria-executiva da varejista. Klein também pede a saída do conselheiro Rogério Paulo Calderón Peres, com a indicação de Luiz Carlos Nannini para a função.

Atualmente, o empresário detém 9,49% do capital social da empresa, tanto na pessoa física como via fundo de investimento. Mas Klein veio comprando ações da empresa ao longo dos últimos dias — período em que os papéis da companhia viveram uma escalada. Em um mês, a cotação triplicou.

Se considerado o formulário de referência publicado pela companhia no último dia 14 de março, o empresário aparecia com cerca de 8,6% dos papéis.

Em nota, o empresário, afirma que o retorno ao conselho (ele deixou o colegiado em abril de 2020) "é justificado pela sua longa experiência no varejo brasileiro e, principalmente, pela atuação na trajetória de sucesso da Casas Bahia". De acordo com ele, o objetivo é manter um projeto comum, com todos os stakeholders, para a revitalização da companhia.

“Minha história com a empresa é de superação e sucesso. Nos anos 1990 e 2000, liderei a modernização das Casas Bahia, consolidando sua liderança. Em 2019, como acionista majoritário, trouxe estabilidade após a saída do GPA. Agora, diante da recuperação extrajudicial, vejo uma oportunidade única de reposicionar o Grupo Casas Bahia como uma potência híbrida, unindo o legado e capilaridade de nossas lojas físicas a uma presença digital inovadora”, afirma.

Casas Bahia sugere inclusão de poison pill

Além de Klein, recentemente a companhia entrou no radar do investidor Rafael Ferri, que aumentou de forma relevante sua participação e passou a deter 5,11% do capital.

A empresa tem assembleia geral ordinária e extraordinária marcada para 30 de abril. No edital da reunião, divulgado na noite do último domingo, a companhia incluiu uma proposta para incluir em seu estatuto social uma cláusula de proteção contra aquisições hostis, conhecida como poison pill.

O mecanismo exige que qualquer investidor que atinja 20% ou mais do capital da companhia realize uma oferta pública de aquisição (OPA) para os demais acionistas.

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