Atacadão: a oferta prevê a listagem no Novo Mercado, segmento de mais alta governança corporativa da B3 (Filipe Araújo/Divulgação)
Reuters
Publicado em 24 de maio de 2017 às 13h30.
Última atualização em 24 de maio de 2017 às 13h40.
São Paulo - O Carrefour, segundo maior varejista do mundo, deu partida nesta quarta-feira ao processo de listagem em bolsa das operações no Brasil, operação que envolverá uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do Atacadão, que controla as operações do grupo francês no país.
A operação, que inclui ofertas primária (papéis novos) e secundária (ações detidas por atuais sócios) terá o Itaú BBA como coordenador líder, acompanhando de Bank of America Merrill Lynch, Goldman Sachs, JPMorgan, Bradesco BBI e Santander Brasil.
De acordo com informações no prospecto preliminar da operação, o Carrefour, o Carrefour Nederland e a Península, veículo de investimento da família do empresário Abilio Diniz, serão vendedores na oferta secundária.
A oferta prevê a listagem no Novo Mercado, segmento de mais alta governança corporativa da B3.
A rede opera no país com Carrefour Hipermercado, Carrefour Bairro, Carrefour Express, Carrefour Drogaria, Carrefour Posto, Atacadão e Supeco, além do comércio eletrônico.
Os recursos captados com a oferta primária serão usados para pagar 'mútuos intercompany' (empréstimos entre as empresas do grupo); liquidar posições de swap detidas pelo Atacadão para mitigar a exposição cambial ligada a 'mútuos intercompany'; e reforço de capital de giro.
Com a operação, a varejista francesa planeja acelerar a expansão das atividades no país, seu segundo maior mercado depois da própria França.
Em março, Diniz disse à Reuters que a listagem das ações poderia ocorrer em meados de 2017, se houvesse sinais de que a economia brasileira estava saindo da recessão.
A iniciativa do Carrefour reforça a leitura de que a captação no mercado de capitais doméstico dá sinais de retomada, após vários anos praticamente parado e está se mantendo, mesmo diante do recrudescimento da crise política no país, após denúncias de corrupção e pedidos de renúncia contra o presidente Michel Temer.
Na semana passada, bancos sócios do IRB Brasil Resseguros aprovaram a retomada dos preparativos da companhia para um IPO.
Em abril, a companhia aérea Azul marcou sua estreia na B3 com um IPO de 2 bilhões de reais. Neste ano já estrearam na B3 a locadora de veículos Movida e o laboratório médico Hermes Pardini. Além do Atacadão, aguardam aval da CVM para um IPO a empresa de tecnologia Tivit, o grupo farmacêutico Biotoscana Investments e a empresa de geração renovável de energia Omega.
(Reportagem de Dominique Vidalon e Pascale Denis em Paris e de Paula Arend Laier e Gabriela Mello em São Paulo)