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Com o Carrefour, os IPOs estão de volta?

IPO do Carrefour deve movimentar mais de 5 bilhões de reais e ser o maior desde 2013, segundo investidores e analistas

IPO do Carrefour: tem o potencial para levar outras empresas a tirar da gaveta o plano de abertura de capital (Philippe Huguen/AFP)

IPO do Carrefour: tem o potencial para levar outras empresas a tirar da gaveta o plano de abertura de capital (Philippe Huguen/AFP)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 20 de julho de 2017 às 10h14.

Última atualização em 20 de julho de 2017 às 10h48.

 Ao meio dia desta quinta-feira, executivos do varejista Carrefour tocarão a campainha da bolsa brasileira, marcando o início da negociação de suas ações. Com o gesto simbólico, os executivos do Carrefour devem ajudar a definir o futuro de uma série de negócios. Para analistas e investidores, o IPO do Carrefour — que deve movimentar mais de 5 bilhões de reais e ser o maior desde 2013 — tem o potencial para levar outras empresas a tirar da gaveta o plano de abertura de capital.

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 “O IPO do Carrefour é uma sinalização de que os investidores estão interessados em grandes ofertas de ações, mesmo após a crise política”, afirma um analista que está participando da oferta do Carrefour. Enquanto o cenário brasileiro, com suas intermináveis crises políticas, certamente não ajuda, o cenário externo tem sido o principal fator de interesse dos investidores no Brasil. Com as bolsas dos Estados Unidos em seus maiores patamares da história, taxas de juros baixas e uma forte liquidez, o investidor estrangeiro busca retornos em outros ativos – inclusive nas novatas da bolsa brasileira.

 A visão de que o investidor estrangeiro não correu do Brasil mesmo com a crise política é corroborada pelos dados. Apesar da delação dos irmãos Batista, que veio a público em 17 de maio, o fluxo de investimentos estrangeiros na bolsa tem um superávit de 3,33 bilhões de reais de maio até agora. No ano, o saldo está positivo em 6,84 bilhões de reais.

 Em junho, o presidente da bolsa brasileira, Gilson Finkelsztain, disse que o apetite do investidor estrangeiro deve levar de 15 a 20 empresas brasileiras a abrirem o capital ainda em 2017. Dentre as próximas companhias que entrarão na bolsa, a visão de analistas é que o sucesso do IPO do Carrefour beneficia principalmente a resseguradora IRB Brasil. A abertura de capital da companhia está marcada para o dia 31 de julho em uma oferta que, assim como a do Carrefour, vem sendo adiada há tempos. Outras duas ofertas de ação ainda acontecem neste mês: a da fabricante de medicamentos Biotoscana (dia 25) e a da empresa de geração de energia renovável Omega Geração (também no dia 31).

 Neste ano, a companhia aérea Azul, a empresa de diagnósticos médicos Hermes Pardini e a locadora de veículos Movida estrearam no pregão da B3 (novo nome da Bovespa). Com isso, 2017 já é o melhor de pelo menos quatro anos em IPOs no país. Mas, há um mês, a corretora de planos de saúde Notredame Intermédica desistiu da abertura de capital citando o cenário político do país. Sinal de que o mercado está favorável, mas não para todos.

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