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Carrefour confirma rombo de R$ 1,2 bi e ações despencam em Paris

Rede francesa alterou o valor de R$ 450 mi divulgado anteriormente, como antecipou EXAME

Loja do Carrefour em São Paulo: boa parte das verbas contabilizadas indevidamente estava na área de eletroeletrônicos (Lailson Santos/EXAME.com)

Loja do Carrefour em São Paulo: boa parte das verbas contabilizadas indevidamente estava na área de eletroeletrônicos (Lailson Santos/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 11h08.

São Paulo – As ações da rede francesa de varejo Carrefour estão em queda livre em todos os mercados em que estão listadas. Na bolsa de Paris, os papéis da empresa negociavam, há instantes, com forte desvalorização de 7%, negociadas a 32,34 euros. O desempenho é reflexo do reconhecimento de que o rombo contábil descoberto nas operações brasileiras do grupo seria maior do que o anunciado anteriormente, conforme antecipou EXAME na véspera.

De acordo com o blog Primeiro Lugar, do jornalista Marcelo Onaga, “a diferença é atribuída a ativos e produtos em estoque que foram lançados no balanço da empresa nos últimos cinco anos sem a devida depreciação. Até agora, o rombo era atribuído principalmente ao lançamento das promessas de bônus que não foram concretizadas”. O valor saltou de aproximadamente 450 milhões de reais (180 mi de euros) para 1,2 bilhão de reais (550 mi de euros).
 
O Brasil representa 11% das receitas do grupo e é o terceiro maior mercado do grupo depois de França e Espanha. O Carrefour também cortou as estimativas de lucro operacional em 130 milhões de euros, para 3 bilhões de euros. Em outubro, a rede já tinha cortado a previsão de lucro para 2010, quando tinha revelado que o rombo era de apenas 180 milhões de euros. A auditoria final, contudo, revelou o valor de 550 milhões de euros conhecido hoje.
 
O anúncio fez com que a credibilidade do Carrefour piorasse ainda mais junto aos analistas de mercado. “O fato de o Carrefour não conseguir confirmar o quanto do novo guidance de lucro operacional de 3 bi de euros é representado pelo Brasil também é uma preocupação”, destaca James Grzinic, analista da Jefferies International, em relatório publicado hoje.
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