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Captações externas dão um salto com menores taxas desde novembro

O volume de captações internacionais de empresas brasileiras, entre elas a Marfrig e a subsidiária local do HSBC Holdings Plc’s, está no maior nível em três meses

As captações internacionais por companhias brasileiras somaram US$ 1,4 bi esta semana (Divulgação)

As captações internacionais por companhias brasileiras somaram US$ 1,4 bi esta semana (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2011 às 08h22.

Nova York e São Paulo - O volume de captações externas de empresas brasileiras, entre elas a Marfrig Alimentos SA e a subsidiária local do HSBC Holdings Plc’s, está no maior nível em três meses. As emissões de dívida estao sendo impulsionadas pela queda nas taxas para os menores patamares desde novembro.

As captações internacionais por companhias brasileiras somaram US$ 1,4 bilhão esta semana, a mais agitada desde a quantia recorde de ofertas entre 17 e 21 de janeiro, segundo dados compilados pela Bloomberg. Nos Estados Unidos, as empresas emitiram US$ 22,7 bilhões em títulos esta semana, contra US$ 24 bilhões na semana passada, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

As empresas aceleram as captações à medida que a expansão da maior economia da América Latina alimenta a demanda. O custo de captação em dólares para o setor corporativo baixou para o menor patamar em cinco meses de 5,88 por cento ontem, segundo o JPMorgan Chase & Co. As ofertas caminham para superar o recorde de US$ 37,2 bilhões em 2010. A operação de US$ 6 bilhões pela Petróleo Brasileiro SA em janeiro impulsionou as captações naquele mês, antes de a turbulência política no Oriente Médio interromper as ofertas.

“Temos muita oferta vinda do Brasil, que está sendo puxada pelo crescimento econômico do País, ao passo que as empresas buscam investir localmente”, disse Natalia Corfield, analista de bônus corporativos do ING Groep NV em Nova York, em entrevista por telefone. “Janeiro começou muito ativo, depois surgiram problemas no Oriente Médio e o mercado se acalmou por um tempo e agora está voltando a retomar e os investidores querem comprar.”

O Produto Interno Bruto vai se expandir 4,5 por cento este ano, após a expansão de 7,5 por cento em 2010 que foi a mais veloz em mais de duas décadas, de acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. As exportações responderam por 11,2 por cento do PIB em 2010.

Junk Bonds

Companhias classificadas como junk, ou com nota de crédio inferior a Baa3 pela Moody’s Investors Service e abaixo de BBB- pela Standard & Poor’s, foram responsáveis por 53 por cento das captações desta semana. A Marfrig, segundo maior frigorífico da América Latina, emitiu US$ 750 milhões em títulos com prazo de sete anos, a um rendimento de 8,6 por cento.

A Marfrig não quis a fazer comentários para esta reportagem.

As captações da Cimento Tupi SA e do Banco Fibra SA esta semana devem elevar o total de papéis sem grau de investimento vendidos esta semana. A Tupi pode vender dívida a um rendimento de 10 por cento, disse uma pessoa a par da operação que pediu para não ser identificada porque os termos ainda não foram definidos.

“Você pode dizer claramente que a maior parte das ofertas está na esfera dos betas elevados, não no grau de investimento”, disse Cornel Bruhin, que ajuda a supervisionar cerca de US$ 4 bilhões em ativos de mercados emergentes em Zurique na Clariden Leu AG, em entrevista por telefone. As quantias “não afetam os mercados e não incluem o fator de medo que levaria a dizer, ‘Ok, há excesso de oferta’”, disse ele.

Títulos de bancos

Julia Ferretti, diretora de Relações com Investidores do Banco Fibra em São Paulo, disse que a instituição está oferecendo bônus de três anos.

“Existe boa liquidez no mercado”, disse ela em entrevista por telefone.

O Banco Santander Brasil SA e o HSBC Bank Brasil SA também venderam bônus esta semana. O Santander Brasil, sediado em São Paulo, levantou 150 milhões de francos suíços (US$ 174,7 milhões) com notas com vencimento em 2014. O HSBC Brasil vendeu US$ 500 milhões em títulos com prazo até 2016.

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