Imóveis: emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) somaram 679 milhões de reais, com 32 operações (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2013 às 12h57.
São Paulo - A captação de empresas brasileiras com títulos de renda fixa nos primeiros cinco meses do ano caíram 20,1 por cento sobre um ano antes, com uma queda expressiva das operações voltadas ao setor imobiliário.
O montante total levantado de janeiro a maio foi de 34,7 bilhões de reais, informou nesta sexta-feira a associação das entidades dos mercados financeiro e de capitais Anbima.
No ano até maio, as emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) somaram 679 milhões de reais, com 32 operações, enquanto no mesmo período de 2012 foram emitidos 2,4 bilhões de reais em 52 operações.
"É algo cíclico, pois a demanda por recursos da indústria imobiliária recuou", disse o diretor da Anbima Márcio Guedes, em teleconferência com jornalistas.
Também houve redução nas emissões de notas promissórias, com 6,9 bilhões de reais em 46 operações no ano até maio, ante volume de 10,5 bilhões de reais e 44 operações em igual etapa de 2012.
O diretor da Anbima destacou que nesse segmento os volumes caíram, mas o número de ofertas segue praticamente estável, o que não desperta preocupação, em sua opinião.
"O interesse das empresas brasileiras em buscar recursos continua saudável, não vejo nenhuma indicação negativa na queda de 20 por cento ocorrida nos primeiros meses do ano." As ofertas de debêntures, por sua vez, caíram num ritmo menor, totalizando 25,9 bilhões de reais até maio, ante 28,6 bilhões de reais um ano antes. O número de operações ficou em 74, abaixo das 85 no mesmo período de 2012.
Segundo a Anbima, as ofertas no exterior com títulos de renda fixa somaram 25 bilhões de dólares até maio, queda de quase 8 por cento sobre o mesmo período do ano passado, mesmo com a emissão da Petrobras de 11 bilhões de dólares no mês passado.
Renda Variável
Maio marcou o primeiro mês em 2013 sem ofertas de ações no mercado brasileiro.
Mesmo com a mudança da perspectiva do rating soberano do Brasil para negativa pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, anunciada na noite de quinta-feira, o diretor da Anbima acredita que o cenário para o mercado de renda variável brasileiro não é ruim.
"A revisão da S&P é algo para se preocupar, mas não é uma preocupação diferente daquelas que estão na imprensa há seis meses", disse Guedes.