Fundos de renda fixa chegam ao quarto mês consecutivo de captação líquida positiva (Jirayu Siritorn/EyeEm/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 8 de outubro de 2020 às 15h42.
Última atualização em 8 de outubro de 2020 às 16h19.
Os fundos de renda fixa passaram a acumular captação líquida positiva no ano, depois de os saques superarem os aportes em 127,6 bilhões de reais nos primeiros cinco meses do ano. A virada ocorreu em setembro, quando o saldo ficou positivo em 17,892 bilhões de reais, segundo dados da Anbima. No mês, a classe de fundos liderou as captações, com a entrada líquida de 21,253 bilhões de reais.
O aumento da busca por fundos de renda fixa ocorre apesar de a taxa Selic, que guia os rendimentos desse tipo de classe, estar na mínima histórica de 2% ao ano. Por outro lado, o aumento da aversão ao risco no mercado pode ter influenciado a maior procura.
Sem conseguir apresentar alta mensal há dois meses, a recente performance do Ibovespa também pode ter desacelerado o interesse por fundos de ações, que vêm desacelerando o volume de captação líquida desde julho. Em setembro, a quantia ficou em 4,407 bilhões de reais — 81% abaixo da registrada em janeiro deste ano e 50% inferior à do mesmo período do ano passado.
Dados da Economatica também mostram que, em setembro, os fundos de ações perderam 3.672 cotistas. Embora a quantia não represente 1% do total, essa foi a primeira queda desde abril. Ainda, no ano, o saldo é de 515 — 159 novos cotistas.
Em setembro, a única classe de fundo que teve mais saques do que aportes foi a cambial, com saldo negativo de 29,3 milhões. Por outro lado, de acordo com a Economatica, foram os fundos cambiais que, em termos proporcionais, mais ganharam novos cotistas em 2020. Com crescimento de 104,7% de alta até setembro, a classe chegou a 110.027 cotistas em setembro ante 53.754 em dezembro de 2019.
Com rentabilidade média acumulada de 40,37% no ano, os fundos cambiais foram os mais rentáveis entre os tipos de fundo, perdendo somente para os de renda fixa com foco em dívidas externas, que acumulam rentabilidade média de 43,9%, segundo a Anbima.
Com a entrada líquida de mais 1,049 bilhão de reais somada aos ganhos obtidos com a desvalorização do real, o patrimônio dos fundos cambiais passou de 3,917 bilhões para 6,704,5 bilhões de reais.