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Captação da indústria de fundos em 2011 recua 20%

Segundo a Anbima, crise internacional impediu que o setor alcançasse seu recorde de captação

Os fundos conseguiram captar R$ 84,9 bilhões em 2011 (SXC.hu)

Os fundos conseguiram captar R$ 84,9 bilhões em 2011 (SXC.hu)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 14h00.

São Paulo - A indústria de fundos brasileira não conseguiu bater seu recorde de captação em 2011, conforme já antecipado pela Agência Estado, ao atingir saldo de R$ 84,9 bilhões no ano passado, 20% menor do que o obtido no ano anterior, como reflexo da turbulência externa. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Apesar de os fundos terem fechado 2010 com captação líquida positiva de R$ 105,9 bilhões, ao longo do ano, o setor chegou a ultrapassar os R$ 114 bilhões.

Quase a totalidade (94,1%) da captação da indústria ficou concentrada nos fundos de renda fixa, que encerraram 2011 com saldo de R$ 80 bilhões, no topo do ranking do setor. A rentabilidade foi de 12,47% em 2011. No outro extremo, a categoria multimercados serviu como espelho da aversão ao risco por parte do investidor. Em 2011, os fundos registraram saques de R$ 46,7 bilhões.

A modalidade mais prejudicada foi a de fundos multimercados macro, que fechou 2011 com resgates de R$ 30,9 bilhões e rentabilidade de 12,41%. Já o melhor resultado ficou com os multimercados estratégia. A carteira encerrou 2011 com captação positiva de R$ 2 bilhões, porém com menor retorno, de 9,65%.

Os fundos DI também fecharam o ano no vermelho, com resgates de R$ 8,2 bilhões e rentabilidade de 11,85%. Os fundos de ações foram prejudicados pela forte volatilidade do mercado acionário com saques de R$ 1,3 bilhão em 2011, bem diferente do resultado do ano imediatamente anterior, quando a categoria teve captação líquida positiva de R$ 8 bilhões.

Além da renda fixa, outra categoria que brilhou no ano passado foi a dos fundos de previdência, a segunda melhor captação em 2011. O saldo fechado foi de R$ 25,3 bilhões no exercício, conforme os números da Anbima. Logo atrás vieram os fundos de curto prazo, com captação líquida positiva de R$ 7,7 bilhões no período de referência e ganho de 11,54% no ano.

Os fundos cambiais foram destaques de rentabilidade com um retorno de 15,23% aos investidores. Mesmo assim, a categoria não conseguiu atrair um volume grande de recursos, encerrando o ano com resgates de R$ 82,51 milhões.

Resultado mensal

Diferentemente do cenário visto ao longo de 2011, os fundos multimercados e de renda fixa trocaram de posições no último mês do ano. Enquanto a categoria de renda fixa totalizou saques de R$ 7,2 bilhões, os multimercados ficaram no azul, com captação líquida positiva de R$ 3,7 bilhões. A indústria encerrou dezembro no vermelho, com resgates de R$ 9,1 bilhões. Levando em conta os fundos estruturados, a captação líquida permanece negativa, mas em um montante menor, de R$ 1,6 bilhão.

As carteiras curto prazo e DI apresentaram saques de R$ 4,5 bilhões e R$ 5,4 bilhões em dezembro, respectivamente. Fundos de ações permaneceram no terreno negativo, com saques de R$ 258,4 milhões. Já o segmento de previdência registrou captação líquida positiva de R$ 4,6 bilhões no mês de referência. Fundos cambiais registraram resgates de 13,6 milhões, de acordo com a Anbima.

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