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Capital externo na Bovespa volta ao positivo em abril

Apesar da melhora, alguns profissionais do mercado não estão muito otimistas quanto à continuidade do fluxo positivo no mês de maio

Profissionais do mercado afirmam que o montante mensal foi impactado pelo ingresso de R$ 1,047 bilhão na Bolsa no dia 23, parte dele relacionado à oferta pública de aquisição (OPA) de ações da Confab, que movimentou R$ 1,275 bilhão (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

Profissionais do mercado afirmam que o montante mensal foi impactado pelo ingresso de R$ 1,047 bilhão na Bolsa no dia 23, parte dele relacionado à oferta pública de aquisição (OPA) de ações da Confab, que movimentou R$ 1,275 bilhão (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 12h51.

São Paulo - Depois de dois meses fechando no vermelho, o fluxo de capital externo para a Bovespa foi positivo em abril, somando R$ 473,919 milhões. Apesar da melhora, alguns profissionais do mercado não estão muito otimistas quanto à continuidade do fluxo positivo no mês de maio.

Em abril, os investidores estrangeiros compraram R$ 58,618 bilhões e venderam R$ 58,144 bilhões na Bolsa entre os dias 2 e 30 do mês passado. No último pregão de abril, segunda-feira passada, esses investidores ingressaram com R$ 107,113 milhões. Naquele dia, o Ibovespa subiu 0,21%, aos 61.820,26 pontos, com giro financeiro de apenas R$ 4,834 bilhões, o segundo mais fraco do mês.

Profissionais do mercado afirmam que o montante mensal foi impactado pelo ingresso de R$ 1,047 bilhão na Bolsa no dia 23, parte dele relacionado à oferta pública de aquisição (OPA) de ações da Confab, que movimentou R$ 1,275 bilhão. A ofertante era a Tenaris Investments S.à r.l., de Luxemburgo.

"O fechamento do mês é um número poluído, que embute esta operação, por exemplo", avalia o diretor da Título Corretora, Márcio Cardoso, lembrando que não acredita em ingresso forte dos estrangeiros, investidores que tinham, até ontem, mais de 18 mil contratos vendidos de Ibovespa futuro. "Não vejo entradas firmes, é mais giro, tanto que o mercado está muito volátil", ressalta.

Cardoso não está otimista quanto ao ingresso destes investidores em maio. Para ele, há ainda muitas dúvidas na Europa, além das eleições próximas, que tornam o ambiente ainda mais instável. "O mercado só melhora mesmo a partir do segundo semestre", avalia.


Também na opinião do economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, no curto prazo há menores chances de entrada de recursos externos na Bovespa. "Até pelas ações mais intervencionistas do governo, exigindo redução de juros dos bancos, controle de preços dos combustíveis, por exemplo, que deixam os estrangeiros mais alertas, não deve haver um ingresso forte de capital na Bolsa", afirma.

Para ele, estas ações do governo deixam claro que a política é diferente da que vigorava na era Lula. "Não está claro se isso veio para ficar, mas serve como alerta e, aliado às incertezas na Europa e também sobre a recuperação econômica dos Estados Unidos e China, não favorece a entrada destes investidores."

Há quem esteja mais otimista. Depois de um mês de abril marcado pela piora da percepção a respeito do mercado europeu, e com o movimento de realização na Bolsa, os estrangeiros devem buscar mais a renda variável no Brasil, na opinião do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Guilherme Perfeito. "A melhora da percepção do risco na Europa, somada ao fato de que a Bovespa está relativamente barata, com empresas pagando bons dividendos, além da queda dos juros no País, vai favorecer a entrada dos investidores externos, que terão de procurar rentabilidade para seus ativos", diz.

Recursos

Abril foi o segundo mês de 2012 em que houve ingresso de investimento dos estrangeiros. O ano começou com forte entrada de recursos, somando R$ 7,1 bilhões em janeiro, mas, a partir daí o fluxo se inverteu e o Bovespa passou a perder recursos externos. Em fevereiro houve saída de R$ 1,09 bilhão e, em março, de R$ 1,29 bilhão.

No ano, a Bovespa registra superávit de R$ 5,254 bilhões até o último dia de abril. Os estrangeiros responderam por 20,16% das compras realizadas em abril na Bovespa e por 20,00% das vendas, seguidos pelos investidores institucionais, com 16,20% das aquisições e 16,36% das vendas. As pessoas físicas ficaram com 8,89% do volume comprado e 8,89% do vendido.

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