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Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 09h42.
SÃO PAULO, 10 de fevereiro (Reuters) - O dólar operava em
alta nesta quinta-feira, refletindo a valorização da moeda nos
mercados internacionais, enquanto os investidores ainda digerem
os cortes no Orçamento da União anunciados na véspera.
Às 10h41, o dólar era vendido a 1,667 real, com
valorização de 0,36 por cento. Frente a uma cesta de moedas
, o dólar ganhava 0,55 por cento. O euro perdia
0,71 por cento, a 1,3632 dólar.
Após ter subido com força na quarta-feira, o euro era
abatido por dúvidas sobre a falta de medidas concretas para
resolver a crise de dívida da zona do euro. Operadores citaram
atuação expressiva de reservas soberanas da Ásia na ponta de
venda do euro.
"Ontem o euro subiu, o dólar se desvalorizou e tivemos um
movimento parecido aqui. Hoje está acertando o movimento, tem
valorização do dólar lá fora e consequentemente tem valorização
aqui", resumiu Jorge Lima, consultor financeiro da Previbank
DTVM. "Temos que dançar conforme a música".
Segundo ele, o fluxo de ingressos continua pesado no
mercado brasileiro, o que segura uma alta mais expressiva ao
longo do dia.
Na véspera, o Banco Central informou que o fluxo cambial
estava positivo em 39 milhões de dólares nos primeiros quatro
dias de fevereiro. "Embora os números até dia 4 estejam no zero
a zero, os ingressos parecem ter acelerado no começo desta
semana", disse Lima.
Também na quarta-feira, os investidores receberam o
aguardado anúncio dos cortes no Orçamento. O governo anunciou
corte inédito de 50 bilhões de reais nas despesas orçamentárias
previstas para o ano, em um esforço para reforçar o discurso de
que a contenção da demanda pública terá papel relevante no
controle da inflação nos próximos meses [ID:nN10248128].
Os investidores ainda digerem o anúncio, avaliando a ajuda
efetiva que a política fiscal dará à política monetária no
combate à inflação.
"Apesar de o corte vir perto do que o mercado esperava, as
contas ainda estão sendo feitas para ver o impacto disso. O
impacto maior é no juro, na previsão para a Selic ao longo do
ano", afirmou Lima.
(Por Nathália Ferreira; Edição de Vanessa Stelzer)