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Câmara altera PEC da Transição, Musk fora do Twitter e o que mais move o mercado

Deputados aprovam em 1º turno redução dos impactos fiscais da PEC de dois para um ano; texto deve voltar para o Senado ainda hoje

Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias/Agência Câmara)

Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias/Agência Câmara)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 21 de dezembro de 2022 às 08h01.

Última atualização em 21 de dezembro de 2022 às 08h34.

A Câmara dos Deputados confirmou as expectativas de mercado e reduziu de dois para um ano o impacto fiscal da PEC da Transição. O texto, aprovado em primeiro turno na última noite, manteve a ampliação do teto de gastos em R$ 145 bilhões para o Bolsa Família mais R$ 23 bilhões fora do teto atrelado ao excedente da receita.

Sinais de que a PEC seria desidratada na Câmara provocaram doses de euforia no último pregão da bolsa. Em descompaso com a maior cautela internacional, o Ibovespa fechou em alta de 2%, enquanto o dólar caiu em mesma magnitude para R$ 5,20. A perspectiva de que a PEC teria um menor impacto fiscal também levou investidores a desmontarem as apostas de alta da Selic para o ano que vem. Ações mais dependentes da economia local tiveram mais um dia de forte rali, com as principais varejistas saltando mais de 5%.

O preço da PEC

Mas a aprovação da PEC, ainda que por apenas um ano, não saiu de graça. Sem a moeda de troca do orçamento secreto, considerado inconstitucional pelo STF nesta semana, deputados incluíram na PEC o aumento das emendas que cada parlamentar terá direito. O valor que antes era de R$ 11,7 bilhões (R$ 19,7 milhões para cada parlamentar) foi acrecido para R$ 21 bilhões.

Deputados retornarão aos trabalhos na manhã desta quarta para a votação em segundo turno da PEC. Se aprovado, o texto deverá voltar ao Senado ainda hoje. Embora os senadores tenham o direito de alterar os trechos editados pela Câmara, não são esperadas mudanças.

Mercado internacional

O EWZ, ETF que representa a bolsa brasileira nos Estados Unidos, sobe cerca de 1% no pré-mercado desta manhã. Além da desidratação da PEC (que já vem sendo precificada), a melhora do cenário externo contribui com o tom positivo.

As principais bolsas de valores sobem nesta quarta, com algum alívio após o S&P 500 ter fechado em leve alta no último pregão, encerrando a sequência de quatro quedas seguidas. Nesta manhã, índices futuros de Nova York sinalizam mais um dia de recuperação. Como pano de fundo das negociações estão resultados trimestrais acima do esperado para a Nike e FedEx apresentados na última noite. Ambas as empresas sobem no pré-mercado.

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Desempenho dos indicadores às 8h (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,72%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,54%
  • Nasdaq futuro (Nova York): + 0,46%
  • FTSE 100 (Londres): + 0,61%
  • DAX (Frankfurt): + 0,71%
  • CAC 40 (Paris): + 0,97%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: + 0,34%
  • Nikkei 225 (Tóquio)*:  - 0,68%

Musk afirma que deixará o Twitter

As ações da Tesla também dão sinais de recuperação nesta quarta, subindo pouco mais de 2% no pré-mercado. A alta ocorre após seu CEO, Elon Musk, afirmar que deixará o comando do Twitter e que está procurando alguém "tolo o suficiente para assumir o emprego". A decisão foi tomada após usuários da plataforma pedirem sua saída em enquete feita pelo próprio bilionário neste fim de semana.

As ações da Tesla acumulam cerca de 65% de queda no ano. Além do cenário macro desfavorável a empresas de crescimento, a dedicação de seu principal executivo vinha sendo colocada em xeque por analistas, que questionaram sua distração com as operações do Twitter. Musk afirmou que, após deixar o comando da rede social, se manterá ativo apenas nas equipes de servidores e software da empresa.

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