Setor destacou a qualidade do café brasileiro (Mike Clarke/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2011 às 14h34.
Londres - O café cai pelo segundo dia em Nova York após a maior cooperativa do Brasil prever uma safra de “ótima qualidade” para o maior produtor mundial. Cacau e açúcar também caem.
A florada da semana passada foi “bastante intensa, bem impressionante”, disse ontem Mario Ferraz, diretor da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé Ltda. A produção de café do Brasil deve ficar entre 57,5 milhões de sacas e 60 milhões de sacas em 2012, acima das 47,5 milhões de sacas deste ano, disse a exportadora Comexim Ltda. em 13 de outubro.
“A maior cooperativa de produtores de café do Brasil está muito otimista com relação à qualidade da próxima safra”, disse Carsten Fritsch, analista do Commerzbank AG em Frankfurt, em relatório hoje. “O otimismo sobre a tendência futura dos preços, refletido nas posições compradas líquidas, também diminuiu severamente para o café nas últimas semanas para o arábica em Nova York e o robusta em Londres.”
O café arábica para entrega em dezembro caía 1,2 por cento, para US$ 2,3125 a libra peso às 10:44 na ICE Futures em Nova York. O robusta para novembro recuava 1,7 por cento, para US$ 1.902 a tonelada na NYSE Liffe em Londres.
Os preços também caíram por especulações de que as economias globais reduzirão a demanda por matérias-primas para a produção de alimentos, disse William Adams, gestor de carteira na Resilience AG em Zurique, em e-mail hoje. A Moody’s Investors Service sinalizou que a nota de crédito AAA da França está em risco e o Goldman Sachs Group Inc. anunciou um prejuízo maior que o esperado.
‘Dinheiro está escapando’
“Os mercados estão pressionados pelos resultados mistos, pela incerteza na Europa e os problemas sociais nos Estados Unidos”, disse Adams. “Puro e simples, o dinheiro está escapando para as linhas secundárias em todas as classes de ativos.”
O índice S&P GSCI Spot de commodities caiu até 1,1 por cento, puxado por prata, cobre e chumbo. O índice recuou 12 por cento em setembro, a baixa mais forte desde 2008.
O cacau para dezembro caiu 2,3 por cento, para US$ 2.562 por tonelada na ICE. Em Londres, o cacau para dezembro caiu 1,8 por cento em Londres.
O açúcar bruto para março recuava 0,2 por cento na ICE, recuperando-se da perda de até 1,4 por cento. O açúcar refinado para dezembro caiu 0,6 por cento na NYSE Liffe.