Pão de Açúcar: dívida ficou R$ 2 bilhões menor (Foto: GPA/Divulgação) (GPA/Divulgação)
Repórter de Mercados
Publicado em 3 de setembro de 2025 às 10h53.
A superintendência-geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, sem restrições, a venda de parte do GPA (PCAR3) para o Grupo Coelho Diniz. A operação é referente à aquisição de participação societária na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD).
Com isso, a Família Coelho Diniz passou a ser titular de 24,5% das ações da CBD, ultrapassando a fatia do Grupo Casino, de 22,5%. A área técnica do Cade entende que Grupo Coelho Diniz passa a deter controle sobre o GPA, mesmo que de forma compartilhada.
Na segunda-feira, a companhia informou, por meio de fato relevante, que os acionistas da família submeteram uma proposta de chapa de candidatos à eleição do conselho. Diante do recebimento das informações, o GPA afirmou que convocaria uma reunião do colegiado para deliberar sobre a realização de assembleia-geral extraordinária (AGE).
O Grupo Coelho Diniz pertence aos empresários André Luiz Coelho Diniz, Alex Sandro Coelho Diniz, Fábio Coelho Diniz, Henrique Mulford Coelho Diniz e Helton Coelho Diniz. Apesar do mesmo sobrenome, eles não têm parentesco com o antigo controlador do GPA, Abilio Diniz.
A Família Coelho Diniz é dona da rede de supermercados de mesmo nome e que conta, atualmente, com 22 lojas em cidades de Minas Gerais. . Já consolidada no mercado mineiro, ela encontrou no GPA a oportunidade para expandir nacionalmente.
Em fevereiro, o grupo comprou cerca de 5% das ações do GPA. Em maio, a fatia foi para 10%, avançando para 17,7% em junho e, no fim de agosto, chegou ao patamar atual.
A CBD é uma companhia aberta listada na B3 com forte atuação no segmento de supermercado por meio das marcas Pão de Açúcar, Minuto Pão de Açúcar, Extra Mercado e Mini. Ela também atua no varejo online e em locação de imóveis próprios.
Na decisão assinada pelo superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto, há a consideração de que, apesar de ambas as companhias atuarem no ramo de supermercados, a operação “não acarreta sobreposição horizontal nem integração vertical”, pelo fato de o CBD e a Família Coelho Diniz possuírem supermercados em diferentes municípios.
Além disso, nenhuma das empresas da família fornece produtos para outros supermercados.