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Cade pode aprovar a fusão Petz-Cobasi ainda nesta semana; ações sobem

Superintendência-geral do órgão antitruste deve dar aval à operação sem restrições, diz Brazil Journal

A fusão deve criar a empresa líder do setor com faturamento de R$ 7 bilhões (damedeeso/Getty Images)

A fusão deve criar a empresa líder do setor com faturamento de R$ 7 bilhões (damedeeso/Getty Images)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 20 de maio de 2025 às 11h37.

Última atualização em 20 de maio de 2025 às 14h36.

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve aprovar ainda nesta semana, e sem restrições, a fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi, segundo fontes ouvidas pelo Brazil Journal.

As ações da Petz (PETZ3) abriram em alta diante da notícia. Os papéis chegaram a subir mais de 4% no começo do pregão, mas perderam fôlego e eram negociadas com valorização de 1,85% por volta das 11h30.

Para o JP Morgan, a combinação com a Cobasi é o principal catalisador para a ação e a ausência de restrições seria particularmente bem recebida pelo mercado, considerando relatos anteriores de possível escrutínio adicional após a entrada da Petlove como parte interessada.

Apesar do potencial impacto positivo no curto prazo, o banco mantém recomendação neutra para a Petz com preço-alvo R$5,25, com potencial de valorização de alta de 17,19% em relação ao último fechamento e ações negociando a 24 vezes o preço/lucro estimado para 2025.

Concentração baixa

De acordo com o Brazil Journal, a Superintendência-Geral do Cade concluiu que o nível de concentração das duas empresas somadas é muito baixo, mesmo depois de definir o mercado da Petz e Cobasi excluindo da conta as vendas online e nos supermercados.

Pela análise do Cade, aponta o veículo, a nova companhia terá, em média, 28% de participação de mercado no Brasil. O órgão só costuma ver risco concorrencial em operações que ultrapassam o patamar de 40%.

Para a análise, a autarquia também considerou critérios regionais, como a presença de lojas concorrentes em um raio de 10 a 15 minutos. Em algumas regiões, a concentração ficou acima da média, mas o órgão entendeu que a existência de concorrência local forte mitiga qualquer risco.

As duas gigantes do varejo pet anunciaram em agosto um acordo definitivo para a fusão, criando uma empresa líder do setor com faturamento de R$ 7 bilhões. Mas as duas companhias só enviaram as informações complementares ao Cade dois meses depois. O edital só foi finalmente publicado em fevereiro, cerca de seis meses após as companhias anunciarem na imprensa a intenção de casar as operações.

A expectativa é que a fusão seja selada no segundo semestre. A Petlove, terceira maior varejista do setor, foi aceita pelo Cade como “terceira interessada” na operação. A empresa pode recorrer da decisão da Superintendência-Geral no prazo de até 15 dias. Caso isso ocorra, o caso será analisado pelo Tribunal do Cade.

Apesar disso, fontes próximas ao processo afirmam que a aprovação final é considerada praticamente certa.

“É uma operação simples, sem grandes controvérsias. A tendência é que o Tribunal apenas referende a decisão da Superintendência”, disse uma das fontes ao BJ.

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