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Como anda a fusão de Petz e Cobasi? Cade habilita Petlove como terceira interessada

Habilitação do e-commerce pode estender prazo de análise do órgão antitruste

Petlove: faturamento de R$ 4,8 bilhões no e-commerce de produtos pet em 2024 (Petlove/Divulgação)

Petlove: faturamento de R$ 4,8 bilhões no e-commerce de produtos pet em 2024 (Petlove/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 24 de abril de 2025 às 17h36.

Última atualização em 28 de abril de 2025 às 15h19.

*Reportagem atualizada para inclusão de nota de Petz e Cobasi 
A fusão entre Petz e Cobasi, que pode resultar em um gigante do varejo pet com vendas de R$ 7 bilhões, passou a ter um novo capítulo. A Petlove, terceira maior varejista do segmento, foi oficialmente habilitada como terceira interessada na análise da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que pode estender a revisão do processo.

A habilitação da Petlove não é uma surpresa, mas pode impactar os prazos de decisão final sobre a fusão. O terceiro interessado tem o poder de apelar da decisão da Superintendência, o que pode estender a previsão de 50 dias para uma decisão para algo entre 120 e até 150 dias, segundo um advogado com experiência em direito antitruste ouvido pelo INSIGHT, site da Exame, em reportagem de fevereiro.

A questão central levantada pela Petlove se refere à definição do mercado relevante. A empresa argumenta que a fusão criaria um monopólio regional, reduzindo a concorrência.

A Petlove critica a forma como a Petz e a Cobasi definiram o mercado em seu edital sobre a fusão, especialmente ao incluir no mesmo segmento lojas de bairro, com sortimento de produtos bem abaixo das superstores. Segundo a Petlove, a operação resultaria em uma distorção competitiva, afetando preços, variedade de produtos e inovação.

Com um faturamento de R$ 1,75 bilhão no e-commerce de produtos pet em 2024, a Petlove enxerga que a combinação das duas gigantes pode afetar a competitividade do setor.

O faturamento da empresa combinada de Petz e Cobasi daria à nova entidade um poder significativo sobre fornecedores e consumidores, comprometendo a eficiência e os benefícios ao público final, segundo a concorrente.

Petz e Cobasi argumentam que o mercado pet "é marcado por uma intensa e qualificada concorrência, tanto no físico quanto no digital. Lojas de bairro, apoiadas em serviços, continuam tendo a preferência de mais de 60% da população."

As duas companhias informaram em nota que "seguem confiantes de que a análise técnica do Cade comprovará que a fusão entre as companhias não representa qualquer preocupação concorrencial".

Leia a nota na íntegra:

A Cobasi e a Petz seguem confiantes que a análise técnica do Cade comprovará que a fusão entre as companhias não representa qualquer preocupação concorrencial — ao contrário, a operação beneficiará os tutores e os pets com melhores preços.

As empresas ressaltam que, se aprovada a fusão, a empresa resultante terá menos de 10% de participação de mercado. Um mercado que possui concorrência qualificada, combativa e com diversidade de estratégias, incluindo lojas grandes, médias e pequenas, marketplaces, supermercados e outros agentes, com marcas consolidadas.

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