Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway (Daniel Acker/Bloomberg via/Getty Images)
Repórter
Publicado em 25 de fevereiro de 2023 às 17h26.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2023 às 18h01.
Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, afirmou em carta anual aos acionistas que sua posição na Coca-Cola rendeu US$ 700 milhões no ano passado. Em 1994, quando completou a compra das 400 milhões de ações da Coca que até hoje detém, esse dividendo era de US$ 75 milhões. Buffett, por meio de seu conglomerado, é o maior acionista da empresa.
"O crescimento ocorria todos os anos, tão certo quanto os aniversários. Tudo o que Charlie [Munger (VP da Berkshire)] e eu precisávamos fazer era descontar os cheques de dividendos trimestrais da Coca-Cola. Esperamos que esses cheques tenham grande probabilidade de crescer."
Buffett reconheceu que os ganhos com dividendos "estão longe de ser espetaculares", mas que "trazem consigo ganhos importantes nos preços das ações". A compra de todas as 400 milhões de ações da Coca, recorda Buffett, saiu por US$ 1,3 bilhões - "uma soma muito significativa para a Berkshire à epoca". Hoje, a mesma participação é avaliada em US$ 25 bilhões.
Efeito semelhante, recorda, ocorreu com seus investimentos na American Express. Em 1995, quando completou a compra das ações por (coincidentemente) US$ 1,3 bilhões, sua participação na empresa rendia US$ 41 milhões em dividendos. Em 2022, a mesma participação na American Express rendeu US$ 302 milhões em dividendos. Já o valor de sua participação multiplicou para US$ 22 bilhões.
Nos quase 60 anos à frente da empresa, Buffett transformou uma companhia dona de apenas uma operação têxtil na Nova Inglaterra em uma gigante de US$ 672,15 bilhões. Desde 1965, a Berkshire entregou retornos de 3.787.464% a seus acionistas contra 24,708% do S&P 50, já considerando a distribuição de dividendos.
Buffet atribui o retorno "satisfatório" a cerca de "uma dúzia de decisões realmente boas". "Isso seria cerca de uma a cada cinco anos, vantagem que favorece investidores de longo prazo, como a Berkshire", ponderou na carta.
"Em 58 anos de gestão da Berkshire, a maioria das minhas decisões de alocação de capital não foram melhores do que mais ou menos. Mas com o tempo, são necessários apenas alguns vencedores para fazer maravilhas. E, sim, ajuda começar cedo e viver até os 90 anos."