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BTG vê dólar a R$ 6,25 em 2025 – e 'acende alerta' para patamar superior a R$ 7

Cenário fiscal pressiona e deve pesar sobre o dólar; projeção otimista é de moeda americana a R$ 5,20

Dólar: BTG aumenta projeção da moeda para 2025 a R$ 6,25 (Nestea06/Envato/Divulgação)

Dólar: BTG aumenta projeção da moeda para 2025 a R$ 6,25 (Nestea06/Envato/Divulgação)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 10h49.

Última atualização em 12 de dezembro de 2024 às 11h40.

O  BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) revisou suas expectativas para o dólar no fim do próximo ano, de R$ 5,80 para R$ 6,25 – e afirma que uma eventual deterioração maior no cenário fiscal 'acende alerta' para um patamar superior a R$ 7.

"Ações do governo que contornem o orçamento, intensifiquem mecanismos parafiscais, minem a credibilidade da política monetária ou envolvam intervenções no mercado cambial teriam potencial de levar o câmbio a ultrapassar a barreira de R$ 7 no próximo ano", escreveu em relatório a economista Iana Ferrão, da equipe de macroeconomia do banco.

Em meados de setembro, o banco já alertava que a moeda poderia ultrapassar a casa dos R$ 6, fato que se concretizou em novembro após a decepção com o pacote de corte de gastos.

A revisão das expectativas do BTG veio em relatório publicado hoje, mesmo após o choque de credibilidade trazido pelo Banco Central, que aumentou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual (p.p.), para 12,25% e estabeleceu um piso de 14,25% para março, apontando para aumentos similares nas próximas duas reuniões.

A expectativa do banco é que esse não seja o patamar terminal, com outro aumento de 0,50 p.p. na reunião de maio, levando a taxa básica de juros a 14,75%.

Na avaliação do BTG, a maior parte da depreciação de 25% do real neste ano vem de fatores domésticos, com o peso do cenário fiscal. Nas contas do banco, os fatores locais responderam por aproximadamente R$ 0,90 do nível atual do câmbio, equivalente a mais de 70% do total da depreciação observada.

Os outros 30% vem do cenário externo, em meio à "resiliência da economia norte-americana e o elevado diferencial de juros entre os EUA e outras economias avançadas". Para 2026, a projeção é de R$ 6,35.

Na outra ponta, num cenário mais otimista – até o momento, considerado menos provável –, o câmbio poderia ceder para um patamar mais próximo a R$ 5.

"Reiteramos que a implementação de medidas claras e críveis de comprometimento com a sustentabilidade da dívida pública poderia promover um realinhamento das expectativas, permitindo uma apreciação do real para níveis próximos a R$ 5,20/US$ já em 2025", disse Ferrão.

O resultado de um câmbio mais depreciado, segundo a economista, deve ser um aumento no superávit comercial nos próximos anos. Com isso, o BTG projeta um aumento do superávit na balança comercial para US$ 87 bilhões no fim de 2025, versus os US$ 75 bilhões previstos em 2024.

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