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BTG toma R$2 bi de fundo garantidor e avança em vendas

O BTG já tomou R$ 2 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos enquanto avança na venda de participações que o banco e seus fundos possuem em empresas na bolsa


	BTG Pactual: o banco lançou mão de um terço de uma linha total de 6 bilhões de reais disponibilizada pelo FGC na última sexta-feira
 (Gustavo Kahil / Exame.com)

BTG Pactual: o banco lançou mão de um terço de uma linha total de 6 bilhões de reais disponibilizada pelo FGC na última sexta-feira (Gustavo Kahil / Exame.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2015 às 15h50.

São Paulo - O BTG Pactual já tomou 2 bilhões de reais do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), enquanto avança na venda de participações que o banco e seus fundos possuem em empresas listadas em bolsa para fazer frente à necessidade de liquidez, devido aos saques de recursos de clientes.

O banco de investimentos, que enfrenta crise de confiança e de liquidez desde a prisão de seu agora ex-presidente e ex-controlador André Esteves, lançou mão de um terço de uma linha total de 6 bilhões de reais disponibilizada pelo FGC na última sexta-feira, informou o fundo nesta terça-feira.

Em outra frente, a corretora do grupo marcou para quinta-feira, dia 10, leilão na Bovespa para venda de 59 milhões de ações da empresa de imóveis comerciais BR Properties, o equivalente a quase 20 por cento do capital da companhia, ao preço de 7,50 reais por papel.

O nome do acionista vendedor no leilão, que pode movimentar 442,5 milhões de reais, não foi revelado, mas fonte a par do assunto disse à Reuters que se trata do banco BTG Pactual.

A fatia na Equatorial Energia, detida por meio de fundos de investimentos administrados pelo BTG Pactual, foi reduzida para menos de 5 por cento, segundo comunicado ao mercado nesta terça, sem mencionar a quantidade de ações vendidas. Na Itália, o BTG reduziu sua fatia na Banca Monte Dei Paschi de 1,9 para menos de 1 por cento, segundo uma outra fonte.

Desde 25 de novembro, quando Esteves foi preso acusado de tentar obstruir a operação Lava Jato, o BTG Pactual vem sofrendo diariamente forte volume de resgates de clientes. Nos quatro últimos dias úteis do mês passado, os resgates superaram as aplicações em 12,2 bilhões de reais, segundo dados da Anbima, que representa instituições do mercado financeiro.

O chairman e um dos principais sócios do grupo financeiro, Persio Arida, afirmou no último dia 2 que o grupo sairia de ativos considerados não estratégicos para se concentrar no negócio bancário e reforçar sua liquidez.

Para o diretor jurídico do FGC, Caetano de Vasconcelos Neto, a linha total de 6 bilhões de reais disponível ao BTG Pactual deve ser suficiente para que o banco honre seus vencimentos até a metade de 2016.

Vasconcelos Neto disse que não há pré-condições nem prazo para liberação do restante dos recursos pelo FGC ao banco. O FGC, entidade privada e sem fins lucrativos que administra mecanismo de proteção de depositantes e investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional, tem patrimônio superior a 47 bilhões de reais.

A crise tem motivado fortes perdas no valor dos bônus externos e nas units do BTG negociadas na Bovespa.

Nesta sessão, as units do BTG Pactual voltavam a ter um dia de fortes perdas, com queda de 14,79 por cento às 16h32, para 14,98 reais. Os papéis acumulam perda superior a 50 por cento desde a prisão de Esteves, considerando o recuo neste pregão.

DENÚNCIA

Na segunda-feira, Esteves foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de obstruir a Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.

O caso corre em segredo de Justiça e há temor de que, além de Esteves, o banco de investimentos seja mencionado pela PGR.

"A denúncia (aparentemente) se concentrou numa pessoa. Seria mais grave se houvesse mais gente envolvida, porque aí isso poderia contaminar mais o banco", disse o diretor do FGC. Vasconcelos Neto disse ainda que não há nenhuma movimentação do fundo em favor do Banco Pan, controlado pelo BTG Pactual, porque as operações do banco médio, que também tem a Caixa Econômica Federal como sócia, estão ocorrendo normalmente.

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