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BTG Pactual vê ganhos de ações brasileiras e Ibovespa em 134 mil em 2020

Em 2019, o Ibovespa já acumula alta de cerca de 27%, após ter avançado 15% em 2018

Ibovespa: em 2019, o Ibovespa já acumula alta de cerca de 27%, após ter avançado 15% em 2018 (Paulo Whitaker/Reuters)

Ibovespa: em 2019, o Ibovespa já acumula alta de cerca de 27%, após ter avançado 15% em 2018 (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 11h29.

Última atualização em 17 de dezembro de 2019 às 11h31.

São Paulo — Estrategistas do BTG Pactual estimam que as ações brasileiras continuarão sua trajetória positiva em 2020, após forte desempenho por quatro anos consecutivos, avaliando que a próxima etapa do rali esteja apenas começando e seja apoiada por uma recuperação econômica acelerada, de acordo com relatório a clientes nesta terça-feira.

Eles estimam que o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, alcançará 134 mil pontos em 2020, de acordo com o cenário base que contempla crescimento sustentado de 2% do PIB e taxas de juros reais de longo prazo no patamar de 3%, entre outras variáveis. Tal meta, se confirmada, representaria valorização de quase 20% ante o atual patamar.

Em 2019, o Ibovespa já acumula alta de cerca de 27%, após ter avançado 15% em 2018, quase 27% em 2017 e ao redor de 39% em 2016.

"Neste momento, sinais de que a economia está acelerando são evidentes. Esperamos que os investimentos e o consumo das famílias sejam os principais impulsionadores do crescimento econômico em 2020, estimulado pelo aumento do emprego, expansão do crédito e outra rodada de reformas econômicas", afirmam Carlos Sequeira e Osni Carfi.

A equipe do BTG Pactual também estima que o lucro médio das empresas brasileiras com foco no mercado doméstico deve crescer 18% em 2020. Quando incluídas as companhias exportadoras de commodities, ainda excluindo Petrobras e Vale , tal aumento é previsto em 20%.

Sequeira e Osni Carfi também ressaltam que a alocação para as ações brasileiras, tanto por investidores estrangeiros quanto locais, estão em níveis bastante reduzidos, mesmo com o recente crescimento no fluxo de investidores locais para a bolsa - com a participação desse segmento ainda abaixo da média entre 2011 e 2014 e principalmente do pico de 2007.

"Com as taxas de juros em níveis historicamente baixos, esperamos que os locais continuem a aumentar a participação de suas carteiras investidas em ações em 2020", escreveram, destacando, contudo, que os investidores estrangeiros têm sido muito mais cautelosos, desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro, e refletindo um modo global de 'risk off'.

Para os estrategistas, "um crescimento econômico mais forte poderia finalmente direcionar os fluxos estrangeiros para o Brasil, mas a situação dos mercados globais será importante para definir o apetite de estrangeiros pela exposição dos mercados emergentes". Eles acrescentaram que o aumento do fluxo para ações tem o potencial de aumentar ainda mais os 'valuations'.

Em 2020, eles esperam uma nova rodada de reformas econômicas em 2020, destacando que neste ano o governo e o Congresso concentraram seus esforços para aprovar uma reforma da Previdência tão esperada e essencial, com economia estimada em 800 bilhões de reais nos próximos 10 anos.

Para 2020, a equipe do BTG Pactual destaca que o governo e o Congresso já estão trabalhando em uma série de propostas adicionais, visando a consolidação das contas fiscais do Brasil e revisão da administração pública.

"A agenda de reformas também inclui um extremamente necessária, mas difícil de implementar, reforma tributária. Mais do que reduzir a carga tributária, a reforma tributária as propostas se concentram na simplificação do sistema tributário extremamente complexo do Brasil, aumentando a produtividade das empresas", avaliam.

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