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BRF tem prejuízo de R$ 1,5 bi no 1º trimestre

Despesas extraordinárias com ajuste de mix e cadeias de produção derrubam rentabilidade da empresa dona da Sadia e Perdigão

Logo da BRF em prédio da empresa. (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Logo da BRF em prédio da empresa. (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 5 de maio de 2022 às 09h13.

Última atualização em 5 de maio de 2022 às 12h54.

A BRF (BRFS3) registrou prejuízo líquido de R$ R$ 1,546 bilhão no primeiro trimestre de 2022, revertendo lucro de R$ 22 milhões reportado no primeiro trimestre do ano passado, informou a companhia em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 4.

A receita líquida proveniente das vendas no período somou R$ 12,04 bilhões, aumento de 13,7% sobre os R$ 10,592 bilhões de igual trimestre de 2021. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF nos primeiros três meses do ano alcançou R$ 121 milhões, queda de 90,2% ante a soma de R$ 1,234 bilhão registrado no mesmo intervalo do ano anterior. A margem do Ebitda ajustado foi de 1%, ante 11,6% na mesma base comparativa.

O resultado foi afetado, principalmente, pelas despesas extraordinárias com as "adequações na cadeia, que incluíram promoções e fortes ajustes no mix [de produtos] e volume de produção". Aliados ao reconhecimento contábil do hedge de commodities, os ajustes tiveram impactos não recorrentes de R$ 828 milhões, segundo a BRF. "Além disso, as repercussões da guerra na Ucrânia provocaram aumento não esperado nos custos, principalmente com alta das commodities e custos logísticos", destaca a empresa.

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Em comunicado enviado à imprensa, a BRF informou que a dívida líquida ficou em R$ 12,588 bilhões, R$ 2,73 milhões a menos que o reportado de janeiro a março de 2021. Com isso, a companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 2,83 vezes, contra 2,96 vezes no mesmo período do ano anterior.

"A queda de renda da população brasileira, somada à alta da inflação global, impactou o planejamento operacional da BRF no período, com uma perceptível quebra de volumes. Este cenário afetou o varejo alimentar, levando o setor a adequar seus estoques nos primeiros meses de 2022, o que também impactou as vendas da companhia", disse a BRF em nota.

Nos primeiros três meses do ano, a BRF comercializou 1,144 milhão de toneladas de produtos, uma alta de 6,9% em comparação com as 1,070 milhão de toneladas de um ano antes. A empresa disse ainda que o fluxo de caixa operacional ficou negativo em R$ 137 milhões no período e que o fluxo de caixa livre chegou a R$ 3,691 bilhões, também negativos.

A BRF registrou receita operacional líquida no segmento Brasil de R$ 5,883 bilhões, aumento de 9,1% em comparação com igual intervalo do ano passado. O volume comercializado de carne de aves e suínos in natura e produtos processados somou 549 mil toneladas, 2,6% a mais na mesma base comparativa.

BRF no exterior

Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 5,497 bilhões, alta de 14% sobre o período encerrado em 31 de março de 2021. O volume de vendas chegou a 469 mil toneladas, aumento de 0,7% em relação às 466 mil toneladas comercializadas um ano antes. O preço médio dos produtos em reais cresceu 13,2%, para R$ 11,72 o quilo. Quanto à operação na Ásia, a receita proveniente do mercado caiu 16,8% no primeiro trimestre do ano, para R$ 1,210 bilhão. Segundo a BRF, o crescimento de receita foi puxado, principalmente, pelo mercado internacional, sobretudo o mercado Halal, que teve aumento de 27%. O Ebitda da região dobrou na mesma comparação.

As exportações diretas da BRF somaram 144 mil toneladas, queda de 7,8%, com receita de R$ 1,630 bilhão, aumento de 27,8%, na comparação anual. A empresa diz que houve reflexo da retomada do turismo e do canal food service nos mercados internacionais, concentrado nas regiões do Oriente Médio e Américas.

*Com Estadão Conteúdo

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