Mercados

BRF e JBS lideram ganhos do Ibovespa no 1º pregão de julho

Índice da B3 fechou em alta de 0,37% nesta segunda-feira, aos 101.339 pontos.

BRF subiu em torno de 8% após notícia de mortes por gripe suína e possível oferta no Oriente Médio. (Germano Lüders/Exame)

BRF subiu em torno de 8% após notícia de mortes por gripe suína e possível oferta no Oriente Médio. (Germano Lüders/Exame)

TL

Tais Laporta

Publicado em 1 de julho de 2019 às 17h26.

Última atualização em 1 de julho de 2019 às 17h59.

Após avançar quase 15% no primeiro semestre, o principal índice da ações da bolsa brasileira iniciou julho em trajetória de alta. Chegou a subir forte na abertura dos negócios, ultrapassando os 102 mil pontos, mas reduziu a alta no final da tarde. O Ibovespa fechou em alta de 0,37% nesta segunda-feira (1º), aos 101.339 pontos.

A alta foi sustentada pelas empresas do setor de carnes e também pela mineradora Vale. O viés positivo no exterior deu uma guinada nos ganhos pela manhã, após Estados Unidos e China concordarem em retomar discussões comerciais durante o encontro do G20. A trégua na disputa fez as principais bolsas asiáticas fecharem com ganhos robustos nesta segunda.

"Apesar de um cessar fogo ter sido antecipado pelos mercados na semana passada, o avanço é bem recebido e traz alivio às tensões globais, o que deve dar sustentação aos mercados globais (com foco em emergentes como o Brasil) no curto prazo", escreveram analistas da XP em relatório.

Setor de carnes na dianteira do índice

Das 66 empresas listadas no índice, as duas maiores altas ficaram com ações de frigoríficos. A produtoras de alimentos BRF e JBS tiveram ganhos em torno de 8% e 6%, respectivamente.

Ajudou a informação de que as mortes de animais vitimados pela gripe suína na China seriam o dobro do número oficial. O aumento na demanda por carnes em razão do surto da doença no país tem apoiado os papéis do setor do Brasil. Números recentes já mostravam aumento expressivo de embarques para a China.

A BRF também avançou após notícia do “Valor Econômico” de que a companhia recebeu uma oferta da ordem de US$ 350 milhões (R$ 1,3 bilhão) por ativos no Oriente Médio. A Saudi Agricultural & Livestock Investment Company (Salic), gestora vinculada ao Reino da Arábia Saudita, seria uma das principais interessadas nos ativos da BRF no Oriente Médio.

Para analistas da Guide Investimentos, o negócio abre espaço para a BRF intensificar sua produção de frango na Arábia Saudita, deixando de ser apenas uma exportadora para o país. A medida também acelera o processo de desalavancagem da companhia, destacaram em relatório.

 Também favoreceu o setor o acordo preliminar de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia (UE). A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) destacou que o Brasil ganha acesso a mercado de carne suína da UE.

Neoenergia chegou a subir 10%

Hoje foi também dia de IPO da elétrica Neoenergia. Os papéis da empresa chegaram a disparar 10% nos primeiros negócios. A companhia precificou sua ação a 15,65 reais na semana passada, com uma demanda nove vezes maior que a oferta. No fechamento, o ativo era cotado a 16,96, em atla de 8,37%.

Outros destaques do Ibovespa

A mineradora VALE avançou 3,53%, conforme os preços futuros de minério de ferro na China saltaram para um nível recorde, estendendo uma alta impulsionada pela oferta mais restrita. A siderúrgica CSN, a ação que mais ganhou valor no 1º semestre, subiu 1,68% nesta sessão.

A estatal PETROBRAS caiu 0,55% nas preferenciais e recuou 0,33% nas ordinárias, apesar da elevação dos preços do petróleo no mercado externo. O movimentos foi de correção (realização de lucros) de início de mês, após os papéis terem acumulado em junho altas de 7,28% e 6,3%, respectivamente.

O SANTANDER avançou 0,55%, melhor desempenho entre bancos listados no Ibovespa, após ter anunciado campanha de financiamento imobiliário em parceria com o Magazine Luiza. Os outros bancos tiveram resultados mistos. O BRADESCO avançou 0,16% e ITAÚ UNIBANCO caiu 0,44%, enquanto BANCO DO BRASIL fechou em queda de 0,11%.

A maior queda da sessão foi a fabricante de papel e celulose SUZANO, que recuou 3,9%, na esteira do declínio do dólar frente ao real, além do cenário ainda complicado para o setor.

Dólar iniciou o semestre quase estável

O dólar zerou a queda de mais cedo e ficou perto da estabilidade ante o real nesta segunda, com investidores aumentando a demanda pelo ativo durante a tarde, conforme a moeda norte-americana ampliava os ganhos no exterior. A cotação teve variação positiva de 0,06%, a 3,8434 reais na venda. Na mínima do pregão, o dólar chegou a cair 0,80% mais cedo, negociado a 3,8103 reais.

 

Acompanhe tudo sobre:B3BRFIbovespaJBSNeoenergia

Mais de Mercados

B3: estrangeiros retiram na Super Quarta metade do valor sacado no mês

Iene em alta e dólar em queda: por que a desvalorização da moeda americana deve se acelerar

Do campo à Faria Lima, dívida da Agrogalaxy passa de R$ 4,5 bilhões

"Emergentes podem voltar a ser os queridinhos do mercado", diz Luiz Fernando Araujo, da Finacap