Petróleo: "Os investidores estão preocupados com o excesso de oferta", comentou analista (Regis Duvignau/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 16h20.
Londres - O preço do barril de petróleo Brent para entrega em abril está sendo cotado abaixo de US$ 65 durante o pregão desta quinta-feira no mercado de futuros de Londres, o nível mais baixo em seis semanas, devido ao grande aumento de produção nos Estados Unidos, segundo os analistas.
A cotação do petróleo do Mar do Norte, de referência na Europa, está abaixo dos US$ 64,70 por barril, um valor 1,29% inferior ao do fechamento de ontem (US$ 65,55) e 9,23% abaixo da cotação máxima registrada após 2014, US$ 71,28 no dia 25 de janeiro deste ano.
O Departamento de Energia dos Estados Unidos informou que as reservas do país aumentaram na semana passada em 1,9 milhão de barris, enquanto a produção do hidrocarboneto cresceu em cerca de 10,25 milhões de barris por dia.
"Os investidores estão preocupados com o excesso de oferta", comentou o analista da empresa "CMC Markets" David Madden, pois as informações divulgadas ontem "revelam que os estoques nos EUA aumentaram e a produção atingiu um recorde histórico".
O especialista considerou que a informação sobre um aumento das importações por parte da China que foi divulgada hoje "não foi suficiente para equilibrar esses temores".
A produção nos Estados Unidos, especialmente na exploração de hidrocarbonetos não convencionais, ganhou força nos últimos meses, como resultado de um aumento paulatino do preço do petróleo, que tornou essas jazidas rentáveis novamente.
No início de 2015, o barril do Brent chegou a ser cotado abaixo de US$ 30 devido a um excesso de produção no mercado, o que fez com que a exploração fosse suspensa em algumas jazidas onde é muito caro extrair petróleo.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) vinha contribuindo para aumentar os preços desde que chegou a um acordo para congelar sua produção no fim de 2016.
Nas últimas semanas, os preços foram influenciados pela expectativa entre os investidores de que o cartel, liderado pela Arábia Saudita, junto com outros grandes produtores, avalia a possibilidade de estender esse congelamento para além deste ano.