Apesar de a companhia ainda ter o grau de investimento pela S&P, com nota BBB-, a perspectiva não é das melhores. (Lucas Landau/Getty Images)
Repórter
Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 07h02.
Última atualização em 15 de dezembro de 2023 às 07h23.
A Fitch Ratings cortou na quinta-feira, 14, a nota de crédito em escala global da Braskem de “BBB-” (grau de investimento) para “BB+” (grau de não-investimento especulativo), colocando o rating em observação negativa ao citar "o aumento dos riscos ambientais e novas reclamações de R$ 1 bilhão associadas ao possível colapso de uma mina de sal-gema no contexto do evento geológico em Alagoas, o que poderia piorar o perfil do fluxo de caixa da empresa”.
Ainda em nota, a Fitch disse esperar que a métrica fique negativa por mais tempo do que o esperado, enquanto a empresa "permanece exposta a uma desaceleração prolongada no setor petroquímico, o que resultou em um aumento significativo da dívida líquida". Apesar de a companhia ainda ter o grau de investimento pela S&P, com nota BBB-, a perspectiva não é das melhores.
Na tarde de ontem, as ações da Braskem (BRKM5) operavam em queda no Ibovespa, chegando a cair 5%. Os papéis fecharam negociados a R$ 16,92, virando de vez para o campo negativo depois que o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) entraram com pedido na Justiça para que sejam bloqueadas R$ 1 bilhão da companhia.
O pedido de bloqueio ocorre após a audiência de conciliação com a Braskem. A reunião, classificada como “frustrada” pelo MP, foi encerrada sem a realização de um acordo entre todas as partes.
Além do bloqueio do montante de R$ 1 bilhão, a petição do MPF ainda determina, caso haja a persistência do descumprimento da ordem judicial por parte da Braskem:
A Braskem argumenta que tem discordâncias técnicas e que pretende recorrer da decisão que determinou a indenização dos imóveis das novas áreas abrangidas pelo Mapa de Linhas de Ações Prioritárias (mapa de risco), seja através do Programa de Compensação Financeira (PCF), seja pela desvalorização do imóvel.
A atualização do mapa inclui imóveis em parte do Bom Parto, da rua Marquês de Abrantes e da Vila Saém, além de imóveis no bairro do Farol, todos como área de monitoramento, cuja realocação é opcional.